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Volkswagen "tem um ano, talvez dois" para inverter a situação financeira

Numa reunião com trabalhadores, o CFO do grupo destacou as baixas vendas esperadas para este ano, longe do registado pré-covid, numa tentativa de justificar o atual cenário em cima da mesa, de encerramento de duas fábricas na Alemanha.

A fábrica da Volkswagen em Palmela aumentou a produção em 10,6% no primeiro trimestre face a igual período de 2023.
João Cortesão
04 de Setembro de 2024 às 15:16
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O responsável financeiro da Volkswagen, Arno Antlitz, diz que a fabricante tem "um ano, talvez dois" para se adaptar à forte queda das vendas automóveis, numa altura em que procura justificar as propostas da comissão executiva da empresa que está a avaliar o encerramento de fábricas na Alemanha pela primeira vez nos 87 anos de história da marca.

Num encontro com trabalhadores na sede em Wolfsburgo, citado pelo The Guardian, Antlitz revelou que espera vender menos 500 mil veículos do que antes da pandemia de Covid-19 e prevê, assim, não retornar aos valores registados em 2019. Esta redução "equivale à atividade de duas fábricas".

"O mercado europeu recuperou desde então, mas não voltará ao nível anterior", afirmou o CFO da companhia. "Esperamos que, no futuro, sejam vendidos cerca de 14 milhões de veículos por ano, se é que serão vendidos. E isso não tem nada a ver com os nossos produtos ou com o fraco desempenho das vendas. O mercado simplesmente já não existe", alertou.

Nesse encontro, o CEO do grupo, Oliver Blume,  afirmou que a indústria automóvel "mudou radicalmente" nos últimos anos e que as atuais hipóteses em cima da mesa são necessárias para que a empresa seja mais rentável.

Esta segunda-feira, a fabricante automóvel alemã já tinha divulgado, numa reunião com a comissão de trabalhadores, que não descarta o encerramento de fábricas da marca Volkswagen na Alemanha, em particular uma de veículos e outra de componentes, por considerar que são obsoletas. "A situação é extremamente tensa e não pode ser resolvida com simples medidas de corte de gastos", disse o responsável da marca, Thomas Schaefer, na altura.

Em 2023, a Volkswagen ficou apenas atrás da Toyota em número de vendas. Este cenário, em particular na Alemanha, onde a marca tem sido um emblema da indústria automóvel e ajudado a transformar a indústria do país, inclusive na Europa, poderá gerar também problemas para o chanceler Olaf Scholz. No final do ano passado, a empresa tinha cerca de 300 mil trabalhadores na Alemanha e 684 mil em todo o mundo.

A Volkswagen e outras rivais europeias têm sido mais lentas a avançar no segmento dos carros elétricos, o que as tem colocado em desvantagem face às marcas chinesas que têm aproveitado para aumentar a quota de mercado do Velho Continente a preços mais baixos.

As ações da Volkswagen estão a reagir pela negativa e a desvalorizar 1,54% para 94,74 euros. Desde o início do ano a fabricante automóvel perde 16,09%.

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