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Só três em cada dez avaliações foram acertadas, diz relatório anual da CMVM

Há maior acerto dos analistas nas cotadas fora do índice de referência, refere o relatório anual da CMVM.

Bruno Simão/Negócios
06 de Julho de 2017 às 08:15
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Os analistas definem um preço-alvo quando acompanham as empresas cotadas. Estimam qual será a cotação das acções no espaço de 12 meses. No ano passado, só três em cada dez avaliações foram atingidas ou superadas, revelou o Relatório Anual da Actividade de Supervisão da Análise Financeira publicado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), esta quinta-feira.

O regulador analisou 482 relatórios de investimento, emitidos entre Outubro de 2015 e Setembro de 2016, menos 21,8% do que no período homólogo. "Globalmente, cerca de três em cada dez projecções de preço-alvo foram atingidas ou superadas (uma percentagem ligeiramente inferior à verificada no ano transacto)", refere o relatório.

Além disso, foi também constatado que foi nas recomendações de "vender" e de "manter" que o preço-alvo foi mais atingido, nomeadamente nas recomendações de "vender" com horizonte temporal para o final de 2016. Pelo contrário, nas recomendações de "comprar", em 286 situações, apenas em 63  a avaliação foi atingida. "E naquelas cujo horizonte temporal era o final de 2016 somente em cerca de uma em cada dez o respectivo preço-alvo foi alcançado", frisa o relatório.

  A análise da CMVM demonstra ainda que os analistas registaram um menor grau de acerto nas empresas que fazem parte do índice de referência da bolsa nacional, o PSI-20. Neste caso, foram atingidos ou superados 30,6% dos preços-alvo, o que compara com a percentagem de 38,1% verificada nas demais empresas. Uma "situação transversal a todo o tipo de recomendações e que é fundamentalmente motivada pelo maior grau de precisão nas recomendações de ‘comprar’: 31,3% (cinco de 16 recomendações) nas empresas que não integram o PSI-20 e 21,5% (58 em 212 recomendações) nas que compõem o índice", realça o relatório.

Olhando para as cotadas, a Jerónimo Martins foi aquela onde se verificou o maior grau de acerto, em 68% das avaliações. Paralelamente, "a EDP e a REN foram as empresas com menor desvio médio entre o preço-alvo e o preço de mercado, contrariamente à Impresa e à Cofina, títulos para os quais os analistas denotaram menor capacidade preditiva", frisa.

Por banco de investimento, o Crédit Suisse foi o melhor sucedido, tendo acertado a avaliação em 50% das recomendações. Seguiram-se o Citigroup e o Société Générale, com percentagens de acerto de 47,4% e 46,7%, respectivamente.

A EDP e a REN foram as empresas com menor desvio médio entre o preço-alvo e o preço de mercado, contrariamente à Impresa e à Cofina. Relatório Anual da Actividade de Supervisão da Análise Financeira publicado pela CMVM
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