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PT cai quase 9% no dia em que duplicou lucros e reduziu dividendos
A Portugal Telecom encerrou o primeiro semestre do ano com um lucro de 284 milhões de euros, mais 126% do que o valor registado em igual período do ano transacto. Este resultado superou as estimativas médias de 11 casas de investimento que apontavam para ganhos de 266,1 milhões de euros.
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Apesar deste resultado, as acções do grupo liderado por Henrique Granadeiro chegaram a estar a recuar 9,75% esta quarta-feira. A queda no valor dos títulos da operadora de telecomunicações nacional é explicada pela decisão da empresa de proceder a um corte nos dividendos para 2013 e 2014, de 32,5 cêntimos para 10 cêntimos, ou seja, uma redução de 70%.
A redução do dividendo é vista pela analista Robin Bienenstock como “um reflexo do contínuo investimento exigido pela Oi para dar a volta aos desafios estruturais do negócio no Brasil”.
Por outro lado, o crescimento dos lucros da PT para mais do dobro, no primeiro semestre, é explicado através da venda da participação de 28% que a empresa portuguesa detinha na macaense CTM, operação que foi concluída em Junho, e que elucida a razão pela qual os resultados não servem de travão na queda dos títulos da operadora.
Ainda assim, as últimas cinco sessões foram de ganhos para a operadora que é a incumbente do mercado português de telecomunicações. Isto num período marcado pela ofensiva que o empresário mexicano Carlos Slim fez sobre a operadora holandesa KPN e que alimentou as perspectivas de mais movimentos de concentração nas telecomunicações europeias.
As acções da PT, que estiveram a recuar 9,75% para 2,852 euros, compensaram parte dos ganhos acumulados nas últimas sessões. A operadora tem sido objecto de várias revisões ao longo das últimas semanas, com os analistas cautelosos relativamente a alguns dos desafios que a operadora enfrenta no Brasil e em Portugal.
Neste momento, os títulos da PT seguem a desvalorizar 8,61% para 2,888 euros, num dia marcado ainda pelo recuo de 82,6% no resultado líquido da Oi, onde a operadora portuguesa detém uma participação de cerca de um quarto do capital.