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PSI20 termina ano com três títulos a ganhar

O PSI20, principal índice da Bolsa de Valores de Lisboa e Porto (BVLP) terminou o ano a perder 24,73%, com apenas três títulos a registarem subidas acumuladas, nomeadamente a Semapa, a Teixeira Duarte e a Brisa.

29 de Dezembro de 2001 às 13:08
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O PSI20, principal índice da Bolsa de Valores de Lisboa e Porto (BVLP) terminou o ano a perder 24,73%, com apenas três títulos a registarem subidas acumuladas, nomeadamente a Semapa, a Teixeira Duarte e a Brisa.

O PSI20 [PSI20] encerrou na sexta-feira, a última sessão deste ano, a marcar 7.931,49 pontos. O PSI30 registou uma queda inferior face à última sessão de 2000, de 20,22% para os 3.745,35 pontos.

A descida acumulada pelo PSI20 este ano compara com a quebra de 7,82% apresentada pelo madrileno IBEX 35 [IBEX] e com a descida de 18,66% registada pelo Euro Stoxx 50, que agrega as 50 maiores empresas europeias em termos de capitalização bolsista, no mesmo período.

A Semapa [SEMA] cresceu 23,12% para os 4,74 euros (950 escudos), beneficiando da especulação relativa a possíveis movimentos de consolidação envolvendo a cimenteira liderada por Pedro Queiróz Pereira. Na última sessão do ano, a Semapa trepou 11,01%, fruto das «puxadas» características desta altura, segundo operadores.

A Cimpor [CIMP] adquiriu este ano uma participação de 10,3% na Semapa, num movimento que foi interpretado pelos analistas como uma resposta aos ataques de Queiróz Pereira à Teixeira Duarte, que venceu o concurso para a compra da posição de 10,049% da Cimpor que ainda estava nas mãos do Estado.

A Teixeira Duarte [TXDE] foi precisamente o segundo título que mais subiu no PSI20 em 2001, ao ganhar 2,56% para os 1,20 euros (241 escudos). A construtora controla actualmente cerca de 29% do capital da Cimpor, enquanto a Semapa detém uma posição de 10%, através da Secilpar.

A Brisa [BRISA] terminou o ano a valorizar 0,21% face à última sessão de 2000, depois de em Julho ter decorrido a última fase de privatização da concessionária de auto-estradas, com o Estado a deixar de estar representado directamente no capital. No próximo dia 2 de Janeiro serão admitidos à negociação mais 300 milhões de acções da Brisa, emitidas no âmbito de um aumento de capital.

As maiores descidas anuais no PSI20 foram sofridas pelas empresas de tecnologias, media e telecomunicações (TMT), em linha com a tendência verificada nos principais mercados financeiros mundiais.

ParaRede, PTM e Impresa lideram quebras anuais

A ParaRede [PARA], que se encontra a braços com um processo de reestruturação, ocupou o lugar cimeiro no «ranking» das quedas, ao recuar 67,62% para os 0,68 euros (136 escudos). A empresa de tecnologias da informação (TI) realizou este ano um aumento de capital no valor de 55 milhões de euros (11,03 milhões de contos).

A PT Multimédia (PTM) [PTM], que controla a Lusomundo, resvalou 67,24% para os 7,80 euros (1.564 escudos) e a Impresa [IPR], grupo de media de Pinto Balsemão, caiu 65,99% para os 2,19 euros (439 escudos), com estes dois títulos a reflectirem parcialmente a quebra de 6,3% sentida no investimento publicitário este ano.

No grupo de Belmiro de Azevedo, a Sonae SGPS [SON] desceu 32,5% para os 0,81 euros (162 escudos) e a Sonae.com [SNC] derrapou 60,59% para os 3,07 euros (615 escudos), com os investidores a aguardarem novos desenvolvimentos sobre o plano de reestruturação do grupo, depois das ofertas públicas de aquisição (OPA) lançadas pela «casa mãe» sobre a Sonae Imobiliária [SONIM] e a Sonae Indústria [SONA].

A Electricidade de Portugal (EDP) [EDP] desceu 30,68% para os 2,44 euros (489 escudos), prejudicada pela sua exposição ao Brasil e pelos investimentos que poderá ter de realizar nos próximos tempos, depois de garantir recentemente o controlo da sua congénere espanhola Hidrocantábrico.

Na banca, o título que mais caiu este ano foi o BPI [BPIN], ao deslizar 32,34% para os 2,26 euros (453 escudos), enquanto o Banco Comercial Português (BCP) [BCP] cedeu 15,83% para os 4,55 euros (912 escudos) e o Banco Espírito Santo [BESNN], cujos accionistas vão deliberar esta segunda-feira sobre uma proposta de aumento de capital em 500 milhões de euros (100 milhões de contos), perdeu 19,16% para os 14,47 euros (2.901 escudos).

A Cimpor [CIMP] resvalou 25,94% para os 19,70 euros (3.949 escudos), com o «interesse especulativo» neste papel a diminuir depois de conhecidos os resultados da última fase de privatização, segundo analistas.

Para além das três empresas que registaram ganhos, apenas dois títulos que integram o PSI20 terminaram o ano a cair menos de 10%, com estes a serem a Portugal Telecom (PT) [PLTM] e a Soluções Automóveis Globais [SAG].

A PT recuou 8,37% para os 8,75 euros (1.754 escudos), e a concessionária automóvel liderada por Pereira Coutinho, conhecida como uma boa «pagadora de dividendos», deslizou 9,86% para os 1,92 euros (385 escudos).

Ao longo dos últimos 12 meses, o euro registou uma desvalorização acumulada de 6,24% face à divisa norte-americana, tendo encerrado na sexta-feira a cotar nos 0,8855 dólares.

A tendência de queda da procura de combustíveis ao longo de 2001, que determinou quatro cortes de produção por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), levou a descidas acentuadas dos preços do petróleo.

Os futuros do «brent» [CO1], ou petróleo do Mar do Norte, deslizaram 15,06% em Londres, para os 20,30 dólares (22,93 euros ou 4.597 escudos), enquanto em Nova Iorque os futuros do crude [CL1] recuaram 23,56% para os 20,41 dólares (23,05 euros ou 4.621 escudos).

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