Notícia
Pharol e Oi voltam às fortes quedas com impasse na reestruturação
O regulador do mercado de comunicações brasileiro travou a assinatura da proposta de recuperação judicial. Exigiu esclarecimentos. A Oi pediu mais uma semana. A Anatel recusou. Na sexta-feira decorre a assembleia-geral de credores.
As acções da Pharol, que detém mais de 20% da Oi, caíram 3,96% para 0,412 euros, tendo chegado a cair um máximo de 7,69% durante a sessão. Já os títulos preferenciais da Oi estão a deslizar 4,17% para 4,14 reais, enquanto as acções ordinárias recuam 4,18% para 4,81 reais.
A queda das acções surge numa altura em que se aguarda que a Oi entregue à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o regulador do mercado brasileiro, mais informação sobre o programa de recuperação judicial. Isto depois de o regulador ter exigido mais informação e recusado mais tempo à operadora para entregar essa informação.
Anatel exigiu que a operadora prove "cabalmente" que a proposta de recuperação judicial não é prejudicial à empresa, realça a imprensa brasileira.
Na última sexta-feira, 3 de Novembro, o conselho de administração da Oi aprovou "por maioria, com três votos contrários", o plano de recuperação judicial (PSA), defendendo que as condições seriam oferecidas a todos os detentores de obrigações. Uma decisão que levantou críticas entre os principais credores internacionais, que acusam a empresa de ter rejeitado uma proposta alternativa.
A Anatel reagiu a seguir, travando a assinatura da proposta de recuperação judicial, exigindo que a Oi apresentasse formalmente os documentos de forma a permitir uma avaliação prévia do acordo. A Oi pediu um alargamento do prazo. A Anatel recusou dando até às 16:00 (hora de Lisboa) desta quinta-feira, 9 de Novembro, para que a operadora entregasse todos os documentos. O prazo já terá assim terminado, ainda que não sejam conhecidos mais pormenores.
E isto a um dia de se realizar a assembleia geral de credores da Oi, que está agendada para esta sexta-feira, 10 de Novembro.
A própria Anatel é uma das maiores credoras da Oi, com a operadora a acumular coimas que ronda os 11 mil milhões de reais (três mil milhões de euros).
Desde 20 de Junho do ano passado que a Oi e as suas seis subsidiárias se encontram em recuperação judicial, uma medida que visa evitar a falência do grupo. Nas semanas anteriores à entrega do pedido de recuperação, a Oi e os credores não conseguiram encontrar uma solução para a renegociação da dívida que se situava em 65,4 mil milhões de reais (17 mil milhões de euros). Mas desde então ainda não conseguiu encontrar consensos que permitam reestruturar dívida e recuperar a operadora de telecomunicações.