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Credores da Oi criticam rejeição de plano alternativo para a recuperação judicial da empresa
Os principais credores internacionais da operadora brasileira Oi criticaram a rejeição de um plano alternativo de recuperação judicial para a empresa, apresentado por estes na semana passada.
"Infelizmente, não obstante o facto de o 'term sheet' [termo em inglês que define uma carta de intenções] revisto dos credores ter sido desenvolvido especificamente para reflectir os comentários recebidos da alta administração do Grupo Oi, a maioria do conselho de administração da companhia rejeitou-o sumariamente durante as negociações", disseram os principais credores internacionais da Oi num comunicado distribuído esta segunda-feira à imprensa.
Liderado pelo Comité Internacional de Detentores de Bónus [Obrigações - (IBC, na sigla em inglês)], o grupo Ad Hoc (AHC) e a FTI Consulting, estes credores da Oi acrescentaram que a negativa mostrou "mais uma vez que [os membros do Conselho da Oi] são impulsionados pelo objectivo de aumentar os interesses dos accionistas existentes, em detrimento dos melhores interesses das outras partes".
Os credores também afirmaram que a nomeação de dois novos membros para o Conselho de Administração da operadora brasileira, efectivada durante uma reunião na última sexta-feira, foi "uma violação ultrajante dos padrões de governança corporativa".
"É óbvio que tais novos directores foram nomeados para dificultar e contornar os esforços da alta administração do Grupo Oi de negociar planos de reestruturação justos e, em vez disso, atender aos interesses dos accionistas minoritários que exercem o controlo da companhia", acrescentaram.
O posicionamento dos credores internacionais da Oi é uma resposta a um outro comunicado divulgado pela empresa hoje de manhã, no qual a operadora brasileira afirma que os acordos de confidencialidade com este grupo de credores foram extintos sem que houvesse concordância sobre o plano de recuperação judicial.
Na passada sexta-feira, o conselho de administração da Oi aprovou"por maioria, com 3 votos contrários", o plano de recuperação judicial, revelou um comunicado emitido para o regulador do mercado de capitais brasileiro este sábado. As condições do plano de recuperação serão assim oferecidas a todos os detentores de obrigações da Oi.
Foi também aprovado que, depois de estabelecidos os termos finais do plano de recuperação judicial, que terão de ser aceites pelo tribunal, "a companhia faça um esforço de busca de adesão ao referido PSA [plano de recuperação] junto aos credores", acrescenta o mesmo comunicado.
A Oi, na qual a portuguesa Pharol é accionista de referência, com 27% das ações, esteve num processo de fusão com a Portugal Telecom, que nunca se concretizou.
A empresa entrou com um pedido de recuperação judicial em Junho do ano passado, por não conseguir negociar as dívidas, que na época somavam 65 mil milhões de reais (17,3 mil milhões de euros).