Notícia
Mercados brasileiros firmes apesar do caos político
A Bolsa de São Paulo e o real continuam a negociar no verde, devido à especulação de que haverá uma mudança no Governo no Brasil.
Tal como ontem, esta sexta-feira os mercados brasileiros continuam a resistir à turbulência que se vive nas ruas.
Após a divulgação de escutas que alegadamente mostram que a presidente Dilma Rousseff tentou proteger o seu antecessor Lula da Silva das malhas da Justiça no âmbito de um escândalo de corrupção, tem-se intensificado a especulação em torno de uma renúncia da presidente, o que está a sustentar os mercados. Ao Negócios, três analistas brasileiros apontam precisamente nesse sentido.
O principal índice brasileiro, o Ibovespa da Bolsa de São Paulo, segue pouco alterado, depois de ontem ter fechado a escalar 6,6% para 50.913,79 pontos – a maior subida desde Janeiro de 2009. No acumulado da semana, sobe 2,2% e está também a caminho do seu melhor mês desde 1999.
Os títulos que mais estão a impulsionar o Ibovespa são a produtora de minério de ferro Vale e a fabricante de aço Usinas Siderurgicas de Minas Gerais.
A moeda brasileira prossegue a senda altista, com um ganho de 0,2% face à nota verde (ontem fechou a disparar 3,1%), num câmbio de 3,6215 reais por dólar.
Por seu lado, as obrigações do Tesouro com maturidade a 10 anos continuam também a subir (o que significa que os juros, inversamente proporcionais ao desempenho da dívida, desceram), depois de ontem o custo de proteger a dívida soberana contra o incumprimento – através de CDS a cinco anos – registou a maior queda desde Dezembro de 2014.
Os CDS - credit default swap são uma espécie de seguro contra o incumprimento do pagamento da dívida por parte de um emitente.
Os juros da dívida soberana a 10 anos estão assim a descer, marcando um mínimo de quatro meses para 5,652% (contra 6,227% há três dias).