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Lembra-se dos BRIC? Conheça agora os TICK
Taiwan, Índia, China e Coreia do Sul constituem o novo quarteto preferido dos investidores nos mercados emergentes. Focados na tecnologia, o grupo veio substituir os BRIC.
Entra Taiwan e a Coreia do Sul, sai o Brasil e a Rússia. E, assim, os BRIC dão origem aos TICK. Taiwan, Índia, China e Coreia do Sul (Korea, em inglês) são a nova aposta de investimento nos mercados emergentes.
O novo acrónimo reflecte não apenas a entrada de novos países, mas também a preferência por um novo sector. A tecnologia está a substituir os produtores de matérias-primas, destaca o Financial Times.
No ano passado, o Goldman Sachs encerrou o fundo de investimento específico para o Brasil, Rússia, Índia e China, dissolvendo-o no fundo dos mercados emergentes. Com esta decisão, o banco sentenciou a morte dos BRIC, um acrónimo criado por Jim O’Neill, economista do banco, em 2001. Mas, o Goldman continuou a aconselhar a aposta nos emergentes, apenas recomendando a exposição a um "universo mais diversificado".
Nesse sentido, os investidores estão a favorecer um novo conjunto de países emergentes. Economias como a de Taiwan e da Coreia do Sul, muito centradas na tecnologia e serviços, substituem assim os produtores de matérias-primas em recessão, devido ao colapso dos preços – a Rússia e o Brasil - indica o FT.
Mesmo em relação à China, os investidores estão a aumentar a exposição ao sector tecnológico, em detrimento do sector financeiro, indicam os dados da Copley Fund Research, citados pelo FT.
E, segundo a gestora, o peso dos TICK nos fundos de investimento centrados em acções dos mercados emergentes cresceu de cerca de 40% em 2013 para quase 54%.
Um valor que sobe para 62,4% no MSCI, indica o FT. O índice incluiu recentemente as tecnológicas Alibaba, Baidu e Netease, que surgem entre as preferidas dos investidores, juntamente com a coreana Samsung Electronics e a taiwanesa TSMC.
"Os BRIC já não são o motor do crescimento dos mercados emergentes que eram antes. Há uma nova ordem", diz Steven Holden, fundador da gestora, ao FT.
"Acho que muitas pessoas não têm noção da nova história nos emergentes; pensam no Brasil e na Rússia, em grandes empresas energéticas e de matérias-primas. Isso mudou muito", acrescenta. "As tecnológicas estão a crescer e o investimento nos mercados emergentes agora é no consumo", conclui Holden.