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Juros italianos sobem e bolsa cai com resultados das eleições

Incerteza, indefinição e uma vitória dos partidos anti-sistema nas eleições italiana marcam o passo nos mercados, provocando a descida da bolsa italiana e a subidas das taxas de juro associadas à dívida de Milão.

Os investidores que prefiram ficar longe do sobe e desce do mercado podem privilegiar uma abordagem mais defensiva. Os fundos multiactivos podem ser uma boa alternativa para quem pretende obter retornos, mas não quer assumir riscos demasiado elevados.

Os fundos multiactivos ajustam-se a praticamente todos os investidores, uma vez que existem produtos com uma estratégia de investimento mais defensiva, equilibrada e agressiva. Apesar da instabilidade registada nos mercados accionistas nas últimas semanas, são os multiactivos agressivos, com maior exposição ao mercado accionista, que apresentam as melhores rendibilidades. Rendem, em média, 0,9% nos últimos três meses. Já os fundos que privilegiam uma estratégia mais equilibrada somam 0,81%, segundo os dados da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Património (APFIPP).

Ao investirem em diversas classes de activos, estes produtos de poupança reduzem o risco resultante de oscilações bruscas nos mercados financeiros. Ou seja, se as bolsas mundiais registarem quedas acentuadas enquanto está a banhos, a exposição a outros activos, como a dívida ou cambial, vai atenuar o efeito negativo das acções na carteira. No entanto, caso os problemas nos mercados aliviem e as bolsas registem subidas elevadas, esses fundos não irão obter retornos tão expressivos.
Reuters
05 de Março de 2018 às 12:46
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O 5 Estrelas foi o partido mais votado nas eleições italianas que decorreram este domingo, 4 de Março, e a coligação de centro-direita foi a aliança mais votada, mas ninguém consegue a maioria absoluta, o que deixa o panorama político italiano em suspenso.

 

Os resultados eleitorais não surgiram com grande surpresa, mas os investidores estão a reagir, ainda que de forma moderada. A bolsa italiana está em queda, contrariando a tendência da maior parte das congéneres europeias. E os juros sobem, ao contrário da maioria das taxas de juro associadas à dívida de outros países europeus.

 

A taxa de juro associada à dívida italiana a 10 anos está a subir 5,3 pontos base para 2,589%. Já a taxa associada à dívida alemã – a referência na Europa – está a descer 1,7 pontos para 0,634%. Em Portugal a descida ronda os 1,5 pontos, em Espanha a queda supera os três pontos e em França é de cerca de um ponto.

 

"O mercado não está de facto em pânico, já que muitos acreditam que uma coligação entre o Movimento 5 Estrelas e a Liga é um risco pequeno", afirmou à Bloomberg Martin van Vliet, estratega do ING. O responsável acredita que o resultado não pode ser positivo para as obrigações italianas, já que há "um risco real de novas eleições dentro de seis meses".

 

Os activos italianos são assim dos mais afectados na negociação desta segunda-feira. A bolsa está a perder 0,54% para 21.794,15 pontos, numa altura em que o Stoxx600, que agrega as 600 maiores cotadas europeias, está a subir mais de 0,5%. A contribuir para a queda da bolsa italiana está o sector financeiro, com o Banco BPM a descer mais de 4%, e o Unicredit e o Intesa a perderem cerca de 2%.

 

"Os bancos são o que sofrem mais devido à exposição ao mercado interno e devido ao aumento de incerteza relacionada com a falta de visibilidade sobre o futuro governo" italiano, explica à Bloomberg Luca Rubini, gestor na Fidentiis Equities. "Incerteza significa menos crescimento", realça.


Em queda está também o euro, ao perder 0,12% para 1,2303 dólares, precisamente com os investidores expectantes em relação ao desfecho destas eleições.

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