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Banca italiana afunda e arrasta congéneres. BCP cai 4%
Os resultados eleitorais em Itália deixaram os investidores apreensivos, à espera do que poderá acontecer. A banca italiana é das que mais se ressente e está a arrastar os títulos do sector na Europa. O BCP é dos que mais cai.
O 5 Estrelas foi o partido mais votado nas eleições italianas que decorreram este domingo, 4 de Março, e a coligação de centro-direita foi a aliança mais votada, mas ninguém consegue a maioria absoluta, o que deixa o panorama político italiano em suspenso.
"Os bancos são os que sofrem mais devido à exposição ao mercado interno e devido ao aumento de incerteza relacionada com a falta de visibilidade sobre o futuro governo" italiano, explica à Bloomberg Luca Rubini, gestor na Fidentiis Equities. "Incerteza significa menos crescimento", realça.
E, de facto, o sector financeiro destaca-se no lado das quedas. O índice Stoxx para a banca recua 0,57%, com o Banca Popolare dell'Emilia Romagna a perder mais de 7,5%, o Banca Popolare di Milano a ceder mais de 6,5% e o UBI Caixa a cair mais de 5%. Logo a seguir surge um banco irlandês (Bank of Ireland).
O BCP é o quinto banco que mais recua na Europa, dentro do índice em análise, ao descer 4,12% para 0,2992 euros, tendo já trocado de mãos quase 111 milhões de títulos, quando a média diária dos últimos seis meses é inferior a 63 milhões. Na semana passada o BCP foi o único título do PSI-20 a valorizar.
Estas quedas da banca estão a afectar o desempenho das bolsas periféricas, com o italiano Mibtel a descer mais de 1% e o português a ceder quase 0,5%. O grego FTASE recua mais de 1,5%, também a reflectir os dados do crescimento da economia, com o produto interno bruto (PIB) a crescer 1,4%, em 2017, ficando aquém do estimado pelo Governo helénico em duas décimas.
Ainda assim, as quedas das bolsas acabam por ser moderadas, numa altura em que as taxas de juro associadas à dívida de Itália estão a subir menos de cinco pontos. "O mercado não está de facto em pânico, já que muitos acreditam que uma coligação entre o Movimento 5 Estrelas e a Liga é um risco pequeno", afirmou à Bloomberg Martin van Vliet, estratega do ING. O responsável acredita que o resultado não pode ser positivo para as obrigações italianas, já que há "um risco real de novas eleições dentro de seis meses".