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Indefinição nas negociações leva bolsa grega para queda de 3,5%
A bolsa grega recuou mais de 3,5% num dia em que surgiram informações contraditórias sobre o andamento das negociações entre Atenas e os credores. Os juros das obrigações gregas também seguem em queda.
Esta terça-feira, 2 de Junho, o principal índice bolsista grego, o FTASE, recuou 3,52% para 240,87 pontos, naquela que foi a terceira sessão consecutiva a negociar em terreno negativo. Nas duas últimas sessões, a bolsa grega perdeu mais de 1% em cada uma delas.
A bolsa grega liderou as perdas num dia em que as bolsas europeias também negociaram em queda. O impasse nas negociações entre Atenas e as instituições credoras e a possibilidade de que não haja acordo até ao final desta semana estão a elevar o receio entre os investidores europeus.
Depois de o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, ter dito que o seu governo enviara uma proposta de reformas aos parceiros nas negociações, dizendo que agora a bola está do lado do Grupo de Bruxelas, esta terça-feira o comissário europeu para os Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, e o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, disseram que há ainda um longo percurso a fazer até se chegar a um acordo de reformas abrangente.
Dijsselbloem disse mesmo que que "não é correcto pensar que podemos encontrar-nos a meio caminho", indicando que Atenas terá de ceder face à inflexibilidade demonstrada para adoptar reformas no mercado laboral, no sistema de pensões e no IVA. Há também divergências quanto às metas orçamentais, nomeadamente no que concerne ao excedente orçamental primário que as autoridades gregas terão de cumprir.
A pressão aumenta à medida que o tempo passa, até porque Atenas tem agendada a devolução ao Fundo Monetário internaiconal (FMI) de quase 311 milhões de euros já na próxima sexta-feira, 5 de Junho. Sendo que ao longo do mês do presente mês de Junho, a Grécia tem de devolver cerca de 1,6 mil milhões de euros ao FMI.
Apesar da indefinição registada nos mercados bolsistas, os juros associados às obrigações gregas transaccionados nos mercados secundários seguem em queda. No prazo a dois anos, a taxa de juro exigida pelos investidores para transaccionarem entre si obrigações gregas segue a recuar 169,1 pontos base para 23,21%. Tendência verificada também nas maturidades mais longas.
A quatro anos os juros da dívida helénica deslizam 44,0 pontos para 16,28% e a 10 anos descem 19,9 pontos base para 11,30%.