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Incerteza política na Grécia leva bolsas europeias a afundar

O Governo de Atenas decidiu antecipar as eleições presidenciais. E a reacção dos mercados não se fez esperar. As principais praças do Velho Continente estão no vermelho, com o índice grego a liderar as perdas, ao tombar mais de 12% no fecho da sessão.

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O Governo de Atenas decidiu antecipar as eleições presidenciais agendadas para os primeiros três meses de 2015. A primeira volta das presidenciais tem lugar no próximo dia 17 de Dezembro e surge numa altura em que Grécia obteve uma extensão do programa de assistência financeira internacional.

 

A decisão do Governo de Antonis Samaras de antecipar o escrutínio surpreendeu os mercados e as bolsas europeias estão esta terça-feira, 9 de Dezembro, a registar fortes desvalorizações. Atenas é a praça que mais recua, tendo encerrado a cair 12,93%, a maior queda dos últimos 27 anos, ou seja, desde 1987. A praça madrilena é a segunda que mais desliza, ao perder 2,85%.

 

O sector financeiro é o que mais perde ao recuar 3,14%, seguido das telecomunicações que desvalorizam 2,85%. Na banca helénica, o Piraeus Bank fechou a recuar 16,42%, o National Bank encerrou a tombar 20,49%, o Eurobank perdeu 13,55% e o Alpha Bank terminou a sessão a desvalorizar 14,34%.

 

Oposição grega quer eleições legislativas antecipadas

 

O principal partido da oposição, o Syriza de Alexis Tsipras, já veio a público apelar aos restantes partidos da oposição para bloquearem a eleição presidencial, para a Grécia realizar eleições legislativas antecipadas. Desta forma, a realização de eleições antecipadas é uma "relevante vitória democrática e popular", disse hoje Alexis Tsipras, citado pelo Kathimerini. O líder do maior partido da oposição considera que as eleições vão originar "um governo de salvação nacional com o Syriza a liderá-lo".

 

O Syriza venceu as eleições europeias deste ano na Grécia e as sondagens dão esta coligação como favorita a vencer as próximas eleições gerais. A formação de Alexis Tsipras defende o fim da austeridade e quer negociar com os credores para reestruturar a dívida grega. É de sublinhar que o Presidente grego é eleito por sufrágio indirecto, sendo eleito através dos votos dos deputados no parlamento. O Governo de Antonis Samaras vai apoiar o candidato Stavros Dimas, de 73 anos. O vice-presidente do Nova Democracia, o partido do primeiro-ministro, foi comissário europeu para o ambiente entre 2004 e 2008.

 É que para eleger um Presidente é necessário uma maioria qualificada de dois terços do parlamento helénico, ou seja 200 dos 300 deputados, enquanto a coligação só tem 155 deputados eleitos.

 

A primeira volta das eleições vai ter lugar na próxima semana. Se não for eleito um Presidente, novas rondas vão ter lugar no dia 22, e, eventualmente, no dia 27 ou 29. Na terceira volta, o Presidente é eleito com três quintos dos deputados - 180 dos actuais 300 deputados.

 

O anúncio do Governo de Antonis Samaras teve lugar depois dos parceiros europeus concederem mais dois meses de empréstimos a Atenas, estendendo assim o programa europeu que deveria terminar no final deste ano. A Grécia terá assim tempo para ir ao encontro das exigências da troika, que tem exigido maior austeridade do que a prevista no Orçamento do Estado grego para o próximo ano: mais dois mil milhões de euros face ao que consta no documento.

 

Ao mesmo tempo, a Grécia não vai antecipar o fim do programa de resgate internacional para o final deste ano, conforme pretendia. Os empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI) só terminam em 2016, mas a Grécia pretendia regressar aos mercados mais cedo, devido à diminuição das taxas de juro para se financiar nos mercados.

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