A Infraestruturas de Portugal (IP) poderá, em breve, rumar ao mercado de capitais português. É, pelo menos, essa a intenção expressa pelo executivo liderado por Pedro Passos Coelho, retomando uma ideia que já tinha sido defendida por Sérgio Monteiro, o então secretário de Estado dos Transportes.

"Preparar uma oferta pública inicial (IPO na sigla anglo-saxónica) da Infraestruturas de Portugal [liderada por António Ramalho], preferencialmente através de um aumento de capital no mercado de capitais", refere o programa do XX Governo. Este IPO, diz o Executivo, deverá manter "a participação maioritária no controlo do Estado".

A ideia é que esta operação possa permitir "uma maior racionalidade das decisões de investimento, atentos os compromissos qualitativos do contrato de concessão rodo e ferroviário".

Mas também gerar liquidez "que permita a recompra adicional de contratos de PPP com vantagem incremental na redução de pagamentos e que assegure a independência do Orçamento do Estado", acrescenta.

Este IPO, agora apresentado como uma das linhas do programa na área das infra-estruturas, já tinha sido aventado na altura da fusão da Estradas de Portugal com a Refer, resultando na IP. Sérgio Monteiro, que entretanto foi contratado pelo Fundo de Resolução para liderar a venda do Novo Banco, já tinha sinalizado esta possibilidade em Junho.

"Se criarmos um modelo mais sustentável para o futuro, então sim, aí nós teremos condições de, eventualmente, ter privados interessados em entrar no capital da empresa ou em negócios que hoje são desenvolvidos pela empresa", disse, à data, o secretário de Estado dos Transportes.