Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

"Eu, António Ramalho, sou o rosto da fusão", assume presidente das Infraestruturas de Portugal

Sem esclarecer se deixaria ou não a presidência da Infraestruturas de Portugal no caso de uma reversão da fusão, António Ramalho assumiu-se como o rosto deste processo e salientou que a fusão já foi para além dos 80% e se encontra em fase de conclusão do ponto de vista operacional.

Miguel Baltazar/Negócios
19 de Novembro de 2015 às 17:49
  • 6
  • ...

O presidente da Infraestruturas de Portugal (IP) não quis esclarecer se colocaria o seu lugar à disposição face a uma eventual reversão da fusão entre a Refer e as Estradas de Portugal, que deu origem à IP, mas salientou os proveitos da fusão e assumiu-se como o rosto deste processo.

A fusão entre a Refer e as Estadas de Portugal "tem um rosto, tem uma cara, e tem uma convicção, e eu, António Ramalho, sou o rosto da fusão", disse o gestor hoje ao Negócios depois de questionado sobre a possibilidade de abandonar a presidência da IP no caso de uma reversão da fusão.

António Ramalho não confirmou esta possibilidade, mas disse ser um "um convicto defensor da fusão". "Achei que, num momento em que essa fusão pode vir a ter lugar, queria que ficasse claro que a minha posição é a cara da fusão", acrescentou.

O gestor disse ao Negócios que o processo já está "para além dos 80%" e salientou como este foi "feito da forma tão discreta, tão serena, sem qualquer conflitualidade, juntando duas culturas naquilo que é um princípio cooperativo das infraestruturas".

António Ramalho destacou o que foi feito em no último ano "do ponto de vista de integração de estruturas, de redução de custos, de desenvolvimento de uma lógica de governação global e completa, de redução de encargos com edifícios, de autorização por parte das autoridades financeiras de manterem os financiamentos hoje em dia na IP", e confirmou que a fusão operacional está "na fase final da conclusão".

Esta ideia vem contrariar o que defende o PCP, que argumenta que "o processo de fusão se encontra numa fase inicial e [é] facilmente reversível".

Questionado sobre eventuais contactos com o PS – considerando o facto de António Costa ter formado com o Partido Comunista um acordo para viabilizar um governo PS -, António Ramalho destacou que a IP tem "contactos permanentes desde sempre, mais ou menos intensos, obviamente, com todas as forças políticas".

"Cabe sempre ao accionista a determinação da política estratégica e o accionista é o Estado, e, no nosso caso, até que somos um concessionário, cabe ao concedente, que é o Estado, a gestão do modelo rodo-ferroviário, e é sempre uma decisão", ressalvou o gestor.

Esta quarta-feira, António Ramalho, indicou que, embora acreditando que "o bom senso irá prevalecer" e lembrando que foi ele o responsável pela fusão do grupo Champalimaud e também pela sua cisão, estará agora indisponível para passar por um processo semelhante. "Garanto que neste caso seguramente não irei repetir", declarou o gestor, quando questionado sobre o assunto durante um seminário sobre gestão eficiente de energia, em Coimbra.

António Ramalho falou ao Negócios à margem da Conferência Portugal em Exame, que teve lugar esta quinta-feira no Museu do Oriente, em Lisboa. O gestor foi convidado a participar no primeiro painel desta iniciativa que visava o tema "novos líderes, novas estratégias". 

Ver comentários
Saber mais Portugal em Exame António Ramalho Infraestruturas de Portugal IP Refer Estradas de Portugal António Costa PS PCP
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio