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Fusão da Sport Zone coloca Sonae em máximos de seis semanas
As acções da Sonae chegaram a disparar mais de 5% para o valor mais elevado desde 20 de Janeiro. A evolução teve lugar após ter sido conhecida a fusão entre a Sport Zone e as unidades da JD Sports Fashion Plc na Península Ibérica.
Os analistas aplaudiram a operação. E os investidores também terão gostado. A Sonae anunciou, antes da abertura do mercado bolsista nacional, que assinou um memorando de entendimento com a JD Sports Fashion Plc para combinar os negócios da empresa britânica na Península Ibérica (JD Group e JD Sprinter) com a Sport Zone.
Este acordo "estabelece os parâmetros principais para a criação de um Grupo Ibérico de desporto que terá como accionistas a JD Group, a Sonae e a família accionista da JD Sprinter, com posições de aproximadamente 50%, 30% e 20%", refere um comunicado emitido pela empresa liderada por Paulo Azevedo.
Beneficiando desta operação, as acções da Sonae (que detém a Sport Zone) chegaram a disparar durante a sessão desta quinta-feira, 9 de Março, 5,22% para 86,7 cêntimos – o valor mais elevado desde 20 de Janeiro de 2017. No fecho da sessão, a cotada liderada por Paulo Azevedo subia 5,10% para 86,6 cêntimos, muito próximo assim do máximo registado ao longo do dia e no valor mais elevado em seis semanas.
O volume de acções movimentado na actual sessão foi elevado, superando mesmo a média diária dos últimos seis meses. Trocaram de mãos mais de 6,8 milhões de acções e a média diária dos últimos seis meses é superior a 3,5 milhões de títulos.
Com o crescimento registado na actual sessão, a queda registada desde o arranque de 2017 encolheu para 0,92%. A Sonae conta com uma capitalização bolsista de 1.732 milhões de euros.
Analistas consideram operação positiva
Os analistas do Haitong defendem que a fusão da Sport Zone com a JD Sports na Península Ibérica é "muito positiva" para a Sonae. Com este negócio, a Sonae está a trocar "um negócio com uma avaliação negativa por uma posição de 30% numa operação que pode ter uma avaliação de 450 milhões de euros". O Haitong chega a este valor tendo em conta um múltiplo de 10 vezes o EBITDA, que é o da JD Sports.
Mas não é apenas em termos de avaliação que este negócio é positivo para a Sonae, de acordo com o Haitong. Os analistas destacam que em termos de resultados, a empresa de Paulo Azevedo está a trocar 100% de uma companhia que tem um EBITDA nulo e com vendas de 220 milhões de euros em 2016, por uma posição de 30% numa empresa que será número dois na Península Ibérica, com receitas de 450 milhões de euros e uma margem EBITDA que pode exceder os 10%.
O Haitong assinala ainda que "em termos estratégicos", este negócio mostra que "a Sonae está predisposta a tomar passos mais decisivos para dar a volta ao negócio do retalho não alimentar, depois de resolver o problema de falta de escala da Sport Zone".
Também o BPI avançou com comentários positivos à operação, calculando que a operação deverá passar a contribuir de forma positiva para os resultados da Sonae. A posição da Sonae na nova companhia "pode atingir um resultado líquido anual de 6 a 7 milhões de euros em velocidade cruzeiro", refere uma nota de research do BPI a comentar o negócio anunciado esta manhã.