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Entrada em bolsa das novas acções penaliza REN e BPI. BES sente efeito contrário

O BPI e a REN negociaram em baixa no dia em que começaram a negociar as novas acções resultantes do aumento de capital e da privatização. O BES aguentou a pressão da entrada em bolsa de novos títulos e subiu.

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Esta terça-feira, 17 de Junho, foi um dia de estreias. O Banco Espírito Santo, o Banco BPI e a REN viram o seu capital aumentar, negociando com mais acções no mercado. No caso dos bancos, essa realidade deveu-se aos aumentos de capital que realizaram. Já a gestora energética viu o número de acções aumentar depois da última fase de privatização.

 

BPI desce com volume inédito desde 2008  

 

As acções do Banco BPI fecharam a recuar 0,84% para os 1,65 euros, numa sessão em que negociaram sempre no vermelho. Foi a sexta sessão consecutiva de recuos da instituição financeira, período em que acumula uma desvalorização de 6,6%, o que diminuiu o ganho desde o início do ano para 36%.

 

O volume ascendeu a 16,6 milhões de acções do BPI a trocarem de mãos. Na sessão anterior, o número não superou a barreira de 1 milhão. A média dos últimos seis meses fixou-se nos 2,35 milhões de títulos transaccionados. É preciso recuar até Novembro de 2008, quando a banca portuguesa estava sob forte tensão, para encontrar uma troca de acções do BPI tão intensa. O que fica agora facilitado, tendo em conta que há mais títulos no mercado.

 

A pressão vendedora ocorreu com a entrada em bolsa de novas acções. O banco liderado por Fernando Ulrich concluiu, na semana passada, a operação de troca de obrigações (ou outros valores mobiliários) por acções, que resultou num aumento de capital de 103 milhões de euros. A taxa de sucesso da operação foi assim de 91,15%. Se a aceitação da troca fosse total, o valor da operação seria de 114 milhões de euros. Foram emitidos 66,9 milhões de novos títulos, sendo que o capital do banco é agora representado por um total de 1.456,9 milhões de acções.

 

A entrada destas novas acções, que foram trocadas a 1,540 euros cada, penalizou então o BPI em bolsa, que negociou em queda, para valer os referidos 1,65 euros por acção, uma cotação 7% acima do rácio da operação de troca.

 

Para reflectir esta operação, a unidade de investimento do BCP cortou a avaliação que faz das acções do BPI de 1,70 para 1,60 euros, atribuindo uma recomendação de "reduzir".

 

REN com maior volume desde 2012 

 

A REN também foi penalizada nesta sessão em que se estrearam em bolsa as acções resultantes da última fase de privatização. Os títulos da empresa sob o comando de Rui Vilar encerraram nos 2,70 euros, ao perderem 0,74%. Estiveram, igualmente, sempre em terreno negativo.

 

Também aqui o volume foi superior ao habitual. Foram transaccionadas 5,2 milhões de acções da REN na sessão quando a média semestral é de 437 mil. Nos últimos dias, com a aproximação da privatização, o volume tinha subido mas não tanto. O valor desta terça-feira é um máximo desde Dezembro de 2012.

 

A Parpública e a Caixa Geral de Depósitos alienaram a posição de 11% que ainda detinham na gestora da rede energética nacional, através de uma oferta pública de venda (ao público em geral) e uma venda directa (a institucionais como bancos ou fundos). Foram alienadas 58.740.000 títulos, sendo que a grande fatia ficou nas mãos dos investidores institucionais.

 

As 10.047.680 acções vendidas pelas duas entidades estatais na oferta pública de venda (OPV), direccionada aos pequenos investidores, foram compradas por 2.155 investidores. Aqui incluem-se as 9.831.350 adquiridas pelo público em geral e os 216.330 novos títulos que ficaram nas mãos dos trabalhadores.

 

As acções da companhia liderada por Rui Vilar foram vendidas a 2,68 euros na OPV e na venda directa, sendo que os trabalhadores beneficiaram de um desconto de 5%, pelo que pagaram 2,546 euros por cada acção (só poderão transaccioná-las a 16 de Setembro).

 

BES contraria pares e ganha terreno

 

Já o BES, que também vê as novas acções do aumento de capital começarem a negociar hoje, contrariou esta tendência negativa. O banco liderado por Ricardo Salgado esteve a desvalorizar no início da sessão, mas fechou com um ganho de 0,73% para os 0,972 euros, interrompendo as perdas registadas nas últimas quatro sessões.

 

Foram transaccionados pouco mais de 19,2 milhões de títulos, abaixo da média dos últimos seis meses, que se fixa, segundo dados da Bloomberg, nos 22,3 milhões.

 

A negociação é marcada, esta terça-feira, pela admissão em bolsa das 1.607.033.212 novas acções do BES que foram vendidas a 0,65 euros. Assim, as acções estão actualmente 49,5% acima da cotação a que foram vendidas no aumento de capital (0,65 euros).

 

Neste aumento de capital de 1.045 milhões de euros da operação, o Grupo Espírito Santo passou a deter 25,1% do BES e o fundo norte-americano da Capital Research já comunicou que passou a controlar uma participação qualificada (2%). O capital social do BES é representado actualmente representado por 5.624.961.683 acções ordinárias.

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