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EDP Renováveis desce quase 1,5% penalizada pelos resultados
Os títulos da EDP Renováveis estão a desvalorizar pela quinta sessão consecutiva, depois de a empresa ter revelado resultados abaixo do esperado pelos analistas do CaixaBI e do BPI.
As acções da EDP Renováveis estão a descer pela quinta sessão consecutiva esta terça-feira, 28 de Fevereiro, depois de a empresa ter revelado uma queda dos lucros em 2016 que foi superior ao esperado. Os títulos recuam 1,39% para 6,111 euros, o valor mais baixo desde 10 de Fevereiro.
A empresa liderada por Manso Neto informou, esta manhã, que fechou o ano de 2016 com lucros de 56 milhões de euros, uma quebra de 66% face ao resultado líquido do ano anterior. O valor ficou abaixo do esperado pelos analistas do CaixaBI que antecipavam uma queda de 64% para 60 milhões de euros.
Considerando apenas o quarto trimestre do ano, o resultado líquido foi de 27 milhões de euros, menos 59% do que no mesmo período de 2015. Também este valor ficou aquém das estimativas do BPI. "O resultado líquido ficou 18 milhões de euros abaixo das nossas previsões" enquanto as receitas ficaram 4% aquém devido a um desvio de 5% na produção, sublinham os analistas na nota de análise divulgada esta manhã.
O BPI refere ainda que o EBITDA também foi 3% inferior ao esperado sobretudo devido à produção em Espanha, que ficou aquém do previsto.
Apesar disso, o BPI mantém a recomendação de "comprar" e o preço-alvo para as acções da Renováveis em 8,15 euros, o que tem implícito um potencial de valorização de 33,3% tendo em conta a cotação actual (6,111 euros).
Não obstante a quebra nos resultados, a empresa vai propor o pagamento de um dividendo de 5 cêntimos por acção, o mesmo do que no ano passado.
Os resultados da EDP Renováveis são conhecidos um dia depois de a empresa ter anunciado que avançou com a venda de um conjunto de activos em Portugal à China Three Gorges, num negócio que se insere no acordo firmado na altura da privatização da EDP, ganha pela empresa chinesa.
A companhia vendeu 49% do capital social e suprimentos relativos a "um portefólio de activos eólicos por um preço global de 242 milhões de euros", refere o comunicado, dando conta que estes activos abrangem "422 MW de tecnologia eólica, localizados em Portugal, com uma vida média de 6 anos".
"Estes activos são relativos ao projecto ENEOP e foram consolidados integralmente pela EDPR após a conclusão do processo de separação dos activos em 2015", refere o comunicado da EDPR, adiantando que o "preço global da transacção, o Enterprise Value ("EV") implícito para 100% dos activos, ascende a 707 milhões de euros". 494 milhões de euros dizem respeito a capitais próprios e suprimentos e 213 milhões de euros são relativos a dívida externa.
Desde o início do ano, as acções da EDP Renováveis sobem 1,03%.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.