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Derrocada do BES leva bolsa a perder 16% em duas semanas

Os receios com a situação do BES levaram o PSI-20 a recuar 10,11% na semana passada. O resgate do banco provocou uma descida de 6,69% no índice nas últimas cinco sessões. Contas feitas, perdeu mais de mil pontos em 10 sessões.

Sara Matos/Negócios
08 de Agosto de 2014 às 20:50
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A bolsa portuguesa sofreu uma desvalorização de 16,13% em duas semanas, tendo sido fortemente pressionada pela crise que levou o Banco Espírito Santo a ser alvo de um resgate.

 

Na semana que antecedeu o anúncio de recapitalização do banco em 4,9 mil milhões de euros, o PSI-20 caiu 10,11%. Foi o receio com o destino do banco, depois do anúncio de prejuízos acima de 3,5 mil milhões de euros no primeiro semestre, que justificou a semana negra que a bolsa portuguesa viveu.

 

No fim-de-semana passado, o Banco de Portugal anunciou o plano para recapitalizar o BES, mas este não trouxe acalmia ao mercado de capitais português. Nas últimas cinco sessões o PSI-20 cedeu 6,69%, com as quedas do índice a serem mais fortes no final da semana, com a solução encontrada para resgatar o BES, que infligiu fortes perdas aos accionistas do banco, a afastar investidores da praça portuguesa.

 

Só Altri e CTT caem menos de 5% na quinzena em que o PSI-20 perdeu mais de 1.000 pontos

 

O sector financeiro foi o mais castigado com a queda do BES, que até já foi expulso do índice e continua suspenso de negociação. Mas toda as cotadas foram penalizadas nas últimas duas semanas.

 

Entre as 18 cotadas que agora integram a carteira do PSI-20, todas perderam valor nas últimas 10 sessões. Apenas duas conseguiram marcar uma queda inferior a 5% e outras cinco não foram além de perdas acima de 10%.

 

Foram 11 as cotadas do índice a sofrerem quedas de dois dígitos, com dois bancos a surgirem no topo das descidas mais fortes. O Banco Comercial Português, que concluiu um aumento de capital de 2,25 mil milhões de euros e recebeu "luz verde" do Banco de Portugal para reembolsar grande parte da ajuda estatal, desvalorizou 29,66%. Segue-se o Banif, com uma queda de 26,40% em duas semanas, enquanto o Banco BPI surge em quinto lugar, com uma queda de 20,42%.

 

Estas quedas acentuadas reflectem o aumento de risco atribuído aos bancos portugueses, uma vez que o modelo escolhido para recapitalizar o BES colocou os accionistas deste banco, bem como os detentores de dívida subordinada, perante a perspectiva de perderem todo o seu investimento.

 

As construtoras também se destacaram nas perdas nas últimas duas semanas, com a Mota-Engil e a Teixeira Duarte a caírem ambas mais de 20%.

 

As duas semanas negras vividas na Bolsa portuguesa levaram o PSI-20 a fechar esta sexta-feira nos 5.409,55 pontos. É o nível de fecho mais baixo desde Julho do ano passado e traduz uma queda de mais de 1.000 pontos em 10 sessões. A 25 de Julho o principal índice da bolsa portuguesa marcava 6.449,68 pontos. Desde então caiu 16,13%. Para regressar ao nível de há 15 dias é agora preciso subir 19,2%.    

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