Longe vão os tempos em que o setor financeiro dominava a bolsa de Lisboa. Nos anos 1990 chegaram a ser sete os bancos cotados em simultâneo. Hoje resiste apenas um: o BCP. Mas a caminhada solitária do banco que entrou no ano de constituição do principal índice nacional em 1993 pode estar a chegar ao fim.
O CEO do Novo Banco, Mark Bourke, tem dito que a instituição financeira poderá estar pronta para aproveitar a oportunidade de uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês), quando o ambiente de mercado se proporcionasse. O grande objetivo, explicou o gestor, é que o banco se mantenha independente.
Apesar de o Novo Banco ser quase desconhecido do mercado de capitais, o banco que lhe deu origem – o antigo Banco Espírito Santo (BES) – foi um dos mais importantes membros da bolsa portuguesa durante dez anos. Entrou no então PSI-20 (atualmente apenas PSI) em março de 2004 com cada a ação a valer 4,07 euros, tendo saído em agosto de 2014 com um preço de 0,12 euros por ação. Atualmente, o legado do BES é residual e concentrado na massa falida conhecida como “BES mau”.
A saída no seguimento da falência foi acompanhada por uma série de outras instituições financeiras durante a crise de 2008. Mas poderá agora acontecer um regresso. Todas as fontes consultadas pelo Negócios defendem que tal entrada seria positiva para o mercado de capitais nacional.