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CTT abaixo da fasquia de mil milhões de euros

A descida das acções dos CTT desde a apresentação de resultados levou a capitalização bolsista para menos de mil milhões de euros. E a fraqueza dos títulos motivou algumas entidades a reforçar na empresa.

Bruno Simão/Negócios
25 de Agosto de 2016 às 18:27
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Após a entrada em bolsa em Dezembro de 2013, com um valor de 828 milhões de euros, os CTT precisaram apenas de dois meses para superar a marca dos mil milhões de euros. E permaneceu acima dessa fasquia até à sessão desta quinta-feira, 25 de Agosto. As acções da empresa liderada por Francisco Lacerda (na foto) perderam 2,08% para 6,546 euros esta sessão, ficando a companhia avaliada pelo mercado em 981,9 milhões de euros.

Desde o início do ano os títulos cedem 26,07%, o que encolheu o valor de mercado da empresa em cerca de 345 milhões de euros. A descida intensificou-se desde que os CTT apresentaram os resultados do primeiro semestre, após o fecho da sessão de 4 de Agosto. A empresa reportou uma descida de 4,4% das receitas para 351,1 milhões de euros. E o lucro recuou 19,1% para 31,7 milhões de euros, penalizado pelos custos com o Banco CTT. Excluindo esse factor, o resultado teria crescido 0,2% para 41,8 milhões de euros.

Os números ficaram abaixo do antecipado pelos analistas. "Os resultados dos CTT no segundo trimestre foram inferiores às nossas estimativas por via de um nível de receitas inferior ao antecipado e de uma redução da margem EBITDA no segmento de Correios", referiram os analistas do CaixaBI após os resultados. No entanto, após a conferência com analistas, o Haitong referiu num relatório que a mensagem passada pela administração, de que havia espaço para recuperar no segundo semestre, era "positiva".

 

Fraqueza das acções leva a alterações accionistas

A descida das acções tem sido aproveitada por alguns investidores de referência para reforçarem as posições. É o caso da Gestmin, detida em 70% por Manuel Champalimaud, que tem feito sucessivos reforços no título. No final de Junho esta entidade tinha uma posição de 7% nos CTT. Após os reforços aumentou a participação para 8,48%, segundo um comunicado enviado esta quinta-feira à CMVM.

Além da Getsmin, também a gestora americana BlackRock reforçou na empresa. Passou a ter uma posição de 2%. O fundo soberano da Noruega é outra das entidades que têm estado activas nos títulos, anunciando várias alterações de posição nas últimas semanas. No final de Junho detinha 2,10% da empresa. A mais recente posição reportada era de 4,87%. No entanto, nem todos os grandes investidores têm visto a fraqueza das acções como um motivo para reforçar. A Artemis, por exemplo, baixou a posição na empresa de 4,99% para 1,99% a 16 de Agosto.


Com as acções sob pressão, os próprios CTT compraram cerca de 100 mil acções próprias nas sessões desta segunda e terça-feira, segundo um comunicado divulgado esta quinta-feira pelo regulador. 

Após a apresentação de resultados, altura em que as acções negociavam em 7,31 euros, os analistas do CaixaBI tinham salientado que a desvalorização dos activos reforçava "a interessante taxa de rentabilidade do dividendo" dos CTT. A empresa pagou este ano, referente ao exercício de 2015, um dividendo de 0,47 euros e na conferência com analistas a administração indicou, segundo aquele banco de investimento, um crescimento estável da remuneração aos accionistas. 

(Notícia actualizada às 18:44 com dados das compras de acções próprias)

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