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CaixaBank aponta problemas em Angola para justificar preço da OPA

O CaixaBank gasta mais de um quarto das páginas do prospecto da OPA sobre o BPI a defender o preço em cima da mesa. Catalães justificam contrapartida com a “alta” dependência que o banco tem de Angola e com os problemas que a economia angolana enfrenta.

Reuters
16 de Janeiro de 2017 às 21:30
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Em 62 páginas de prospecto da oferta pública de aquisição (OPA) do CaixaBank sobre o BPI, mais de um quarto são ocupadas a defender a contrapartida da operação, fixada em 1,134 euros por acção. Entre os vários argumentos apresentados pelo grupo catalão estão os problemas da economia angolana, de que depende a rentabilidade da instituição liderada por Fernando Ulrich.

 

Para o CaixaBank, o BPI tem uma "operação com rentabilidade altamente dependente da actividade internacional, em particular do BFA/Angola", uma posição fundamentada no facto de, "nos primeiros nove meses de 2016 (…) o lucro líquido do BFA e do  BCI corresponde a 69% (61% em 2015) do total para o BPI".

 

Apesar de o banco já ter vendido 2% do BFA à Unitel, os catalães consideram que este negócio "não modifica, na prática, a desproporcional contribuição da rentabilidade do BFA para o BPI, uma vez que o BPI continuará a integrar, nos seus resultados financeiros, 48,1% dos resultados do BFA pelo método de equivalência patrimonial".

 

Por outro lado, o CaixaBank defende que a avaliação do preço da OPA deve ter em conta "uma série de riscos" existentes na "valorização da participação do BFA" detida pelo BPI. Primeiro, porque esta instituição tem "localização numa economia com alta dependência do petróleo (…), pelo que a descida do preço do petróleo aumenta consideravelmente a vulnerabilidade externa do país".

 

Além disso, o grupo liderado por Gonzalo Gortázar recorda que "a rentabilidade [do BFA] está altamente dependente de proveitos do portfolio de obrigações do Tesouro Angolano e dos depósitos junto do banco central de Angola".

 

Por outro lado, verifica-se uma "elevada desvalorização do kwanza", com impacto nos resultados do banco português. Há ainda "restrição de operações cambiais", o que "implica uma restrição ao pagamento de dividendos ao BPI". E, finalmente, a participação de 48,1% no BFA "é altamente ilíquida", porque, "dado o direito de preferência da Unitel e as circunstâncias do activo, é, na prática, muito difícil encontrar investidores diferentes da Unitel dispostos a comprar as acções do BPI no BFA".
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