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BCE quer que BPI saia de Angola a prazo
O BCE quer que o BPI saia “gradualmente” de Angola. Quando aprovou OPA do CaixaBank, supervisor europeu pediu aos catalães a apresentação de um “plano de desinvestimento no BFA”.
O Banco Central Europeu (BCE) quer que o BPI venda a totalidade da sua participação no Banco de Fomento Angola e pediu ao CaixaBank para apresentar um plano de desinvestimento na instituição angolana. A revelação é feita pelo grupo catalão no prospecto da oferta pública de aquisição (OPA) sobre o banco liderado por Fernando Ulrich.
"O BCE emitiu, no documento que autorizou o CaixaBank a adquirir o controlo da sociedade visada [BPI] através da presente OPA, uma recomendação não vinculativa ao oferente para que reduza gradualmente a participação do BPI no BFA num período de tempo razoável", lê-se no documento publicado esta segunda-feira, depois de a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários ter registado a oferta, que teve início esta terça-feira.
Além de ter recomendado ao CaixaBank que faça com que o BPI saia de Angola, o supervisor pediu ao grupo catalão que tenha "preparado um plano de desinvestimento no BFA".
O maior accionista do BPI, cuja participação ascende neste momento a 45,5%, sublinha ainda que "o potencial desinvestimento, parcial ou total, no BFA deverá respeitar o acordo parassocial que vincula o BPI em relação ao BFA e cumprir com a legislação bancária local".
Em Dezembro de 2014, o BCE exigiu ao BPI que resolvesse o problema de excesso de concentração de riscos em Angola, decorrente do peso da sua exposição ao BFA. O banco de Ulrich tentou concretizar várias soluções para cumprir a imposição do supervisor europeu, mas não conseguiu pôr nenhuma em prática, devido à oposição da Unitel, empresa de telecomunicações que é parceira do BPI no banco angolano.
Depois de o CaixaBank ter lançado uma OPA sobre o BPI, em resposta ao fracasso das negociações com o parceiro angolano, é que foi possível alcançar um acordo com a Unitel para a venda de 2% do BFA ao grupo controlado por Isabel dos Santos. Mas o BCE só aceitou a venda do controlo do banco angolano como forma de resolver o problema do excesso de concentração de riscos, porque o banco português também deixou de ter influência na gestão do BFA.