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BPI e BCP reagem com fortes subidas a plano de resgate do BES

Depois das subidas de quase 9% e 5%, BCP e BPI seguem com ganhos mais ligeiros, a reagir positivamente ao plano de resgate do BES. Analistas acreditam que o sector poderá vir a beneficiar, mas alertam para alguns riscos.

Sara Matos/Negócios
04 de Agosto de 2014 às 10:41
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O sector financeiro português reagiu em alta ao plano de resgate do Banco Espírito Santo (BES), anunciado na noite de domingo pelo governador do Banco de Portugal, Carlos Costa.

 

As fortes subidas, em particular do BCP e do BPI deram, entretanto, lugar, a ganhos mais moderados. O banco liderado por Nuno Amado avança 3,37% para 0,104 euros, depois de ter chegado a disparar 8,91% para os 11 cêntimos. Em menos de duas horas de negociação, já trocaram de mãos mais de 175 milhões de acções do BCP, quando a média diária dos últimos seis meses não vai além dos 308 milhões.

 

Já o BPI chegou a perder 3%, valorizou um máximo de 4,88%, e segue agora com um ganho mais ligeiro de 0,42% para 1,44 euros.

 

Só o Banif contrariou a tendência. O banco madeirense afundou um máximo de 9% no início da sessão, tendo depois aligeirado as perdas. Desliza 2,27% para 0,009 euros.

 

De acordo com Steven Santos, gestor da XTB, as fortes subidas iniciais poderão ter sido motivadas pela cobertura de posições curtas sobre as congéneres do BES.

 

"A retirada do BES da bolsa aumenta o peso das restantes acções da banca, quer no sector, quer no PSI-20, o que obriga a um reforço do investimento no BCP e no BPI. Os investidores que saíram do BES nas últimas semanas estão a procurar alternativas para realocar os seus fundos em Portugal", continua o gestor.

 

No entanto, alerta Steven Santos, "a pressão vendedora poderá voltar em breve, com os investidores globais a reduzirem a exposição ao mercado nacional, devido ao 'bail-in' de um dos maiores bancos de um país que já não está sob assistência internacional".

 

Já os analistas do BPI destacam o potencial de contágio positivo aos restantes bancos nacionais da solução encontrada para resgatar o BES. Numa nota de research, emitida esta segunda-feira, o BPI diz acreditar que "esta medida será positiva para os outros bancos, já que ajuda a eliminar incertezas relativamente ao sector financeiro".

 

"Além disso, acreditamos que se poderá tornar uma fonte de especulações sobre fusões e aquisições nos próximos meses já que podem existir sinergias interessantes com players locais", acrescenta a nota de análise.

 

Contudo, existe o risco de os bancos serem chamados a fazer contribuições extraordinárias para o Fundo de Resolução, em especial se o Novo Banco não for vendido a uma entidade que cubra os empréstimos do Estado ao Fundo de Resolução.

 

Carlos Costa anunciou ontem à noite que o BES dará origem ao Novo Banco, que receberá uma injecção de 4,9 mil milhões de euros, e para onde serão transferidos os activos saudáveis do BES, os depósitos e os trabalhadores. Ao mesmo tempo, será constituído um banco mau, um veículo onde ficarão os activos maus: a exposição aos negócios da família Espírito Santo, o BES Angola e veículos tóxicos.

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