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Bolsa grega recua mais de 5% e juros disparam em dia pós-eleitoral
Os bancos gregos estão a registar fortes perdas em bolsa depois da vitória do Syriza, reagindo ao facto de os investidores estarem a pedir rendibilidades mais elevadas para negociar a dívida helénica.
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Uma forte desvalorização da bolsa e da dívida grega. É assim que o mercado helénico está a reagir à vitória eleitoral de um partido que nunca esteve no poder. O Syriza, que contesta o ambiente generalizado de medidas de austeridade na Zona Euro, ficou muito perto da maioria absoluta e tem agora poder para formar Governo na Grécia. A incerteza sobre a relação com a Europa está a ditar o nervosismo no mercado grego.
As acções da Grécia, nomeadamente os bancos, estão em forte desvalorização. O índice ASE, que reúne as 60 maiorias empresas helénicas, está a perder mais de 5%, depois de um início de sessão com uma perda em torno de 2%, de acordo com dados da agência Bloomberg.
O sector financeiro – que está mais exposto a dúvidas quanto à ligação de Atenas com a Zona Euro – está a registar fortes deslizes. O Piraeus, o Eurobank e o Alpha Bank cedem mais de 4%.
As fortes quedas das acções na Grécia ocorrem num dia em que o vermelho pinta a Europa mas não de forma significativa. A generalidade das praças europeias perde menos de 0,5%.
No mercado de dívida, a forte queda do valor das obrigações helénicas também é muito mais intensa no que no resto da Europa. A dívida perde terreno, o que faz com que as rendibilidades pedidas pelos investidores estejam em alta.
A taxa de juro implícita da dívida grega a dez anos está a registar um avanço de 40,3 pontos base (0,403 pontos percentuais) para os 8,8%, tendo já superado os 9%. Nas restantes maturidades de longo prazo, as subidas são superiores a 20 pontos base. Nos prazos mais curtos, também há um avanço das "yields", ainda que de menor dimensão.
A excepção é a taxa a dois anos em que há uma queda dos juros - só que, neste prazo, a "yield" está em níveis impraticáveis (225%).
A subida das taxas de juro associadas à dívida acontece quando os investidores têm mais dúvidas quanto à capacidade de aquela dívida ser paga. Esta é uma reacção dos investidores tendo em conta que o Syriza refere que é necessário renegociar com os credores os termos de pagamento da sua dívida.
A vitória da força liderada por Alexis Tsipras foi superior à antecipada e ficou muito próxima da maioria absoluta (149 dos 151 assentos necessários) – o líder já anunciou que não vai entrar em ruptura com os credores da Grécia mas também lembrou que a Grécia está contra mais medidas de austeridade. O Syriza tem três dias para tentar formar Governo maioritário com outra força ou um acordo que viabilize as suas iniciativas parlamentares.