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Bolsa de Lisboa perde mais de 2 mil milhões num só dia

O PSI-20 cedeu 4,05%, liderando as perdas na Europa. A praça nacional foi a que mais caiu no mundo. A banca afundou, a seguir a subida dos juros da dívida. A Altri foi a excepção, ao registar um máximo histórico.

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09 de Novembro de 2015 às 16:41
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Foi com desvalorizações que o mercado bolsista recebeu a perspectiva de um Governo do Partido Socialista apoiado pelos partidos de esquerda BE e PCP. A Bolsa de Lisboa liderou as quedas na Europa no dia em que começou a discussão do programa do Governo PSD e CDS, que se prevê que venha a ser chumbado na terça-feira.

O PSI-20 caiu 4,05% para fechar nos 5.273,32 pontos, o terceiro dia de perdas. Foi a bolsa que mais recuou em todo o mundo e esteve, por isso, em posição de liderança na Europa. O índice geral Stoxx Europe 600 cedeu 1,1%.

Em volume, as 18 cotadas que integram o principal índice da bolsa de Lisboa, que na sexta-feira valia 54,8 mil milhões de euros, acabaram a sessão de segunda-feira com um valor de mercado conjunto de 52,7 mil milhões de euros. A perda foi superior a 2 mil milhões de euros (2.093,7 milhões de euros).

O vermelho foi extensível a praticamente toda a Europa Ocidental, sendo que também o mercado norte-americano segue em baixa. O receio de subida de taxas de juro de referência na maior economia do mundo continua a trazer algum pessimismo para os investidores.

Relativamente a Lisboa, este fim-de-semana, foi dado um passo para que o Governo do Partido Socialista apoiado, no Parlamento, pelo PCP e pelo BE pudesse avançar. Foi com essa perspectiva que os mercados abriram esta segunda-feira. O PSI-20 abriu em queda mas foi-se intensificando ao longo do dia – à medida que foram sendo divulgadas notas de investimento como a do banco holandês Rabobank, que indicou que algumas das propostas defendidas de um Governo de Esquerda são "susceptíveis de irritar os credores oficiais do país".

Banca cai mais de 8%

O Banif foi a cotada que mais caiu. O banco liderado por Jorge Tomé recuou 10,71% para 0,25 cêntimos. O BCP, por sua vez, fechou nos 4,77 cêntimos graças a uma descida de 9,49%. O Haitong Bank estima que os custos com a conversão de créditos na Polónia por parte do Bank Millennium, controlado pelo BCP, podem chegar a 800 milhões de euros. O BPI marcou a queda mais ligeira no sector, ainda assim de 8,91%, para terminar o dia nos 1,022 euros.

A banca esteve em destaque, já que é o sector que tradicionalmente está mais ligado ao mercado de dívida. E os investidores castigaram esta segunda-feira a dívida nacional, com o pedido de maiores rendibilidades para adquirirem dívida portuguesa. os ganhos foram de 15 pontos base nos principais prazos da dívida. 

Energia perde gás

A energia também esteve em destaque. A EDP perdeu 4,64% para 3,25 euros enquanto a EDP Renováveis cedeu 4,52% para 6,301 euros.

A Galp Energia, que esteve em alta quase no final da sessão, acabou por ceder 0,45% para 9,927 euros. A REN perdeu 3,22% para 2,613 euros.

Noutros sectores, a Jerónimo Martins perdeu 2,37% para 12,96 euros enquanto a Sonae caiu 4,60% para 1,057 euros.

Nas comunicações, a Nos recuou 4,16% para 7,137 euros, e os CTT fecharam nos 9,10 euros, ao recuarem 4,62%. A Pharol, accionista da Oi, terminou o dia a cotar nos 0,364 euros, ao perder 7,61%. 

Mínimos da Impresa e Teixeira

Na sessão desta segunda-feira, a Impresa tocou no valor mais baixo de Julho de 2013, ao tocar nos 0,578 euros. No fecho, a empresa dona da SIC caiu 3,83% para 0,579 euros.

A Teixeira Duarte também tocou no valor mais baixo de Janeiro de 2013, os 0,37 euros. No fecho, caiu 6,32% para 0,40 euros. No sector, a Mota-Engil também desvalorizou 7,52% para 2,173 euros.

Altri em máximos

A Altri foi a excepção do dia. A empresa de pasta e papel somou 1,76% para 4,96 euros. Chegou a superar os 5 euros, com uma capitalização bolsista superior a mil milhões de euros. No sector, a papeleira Portucel caiu 2,49% para 3,715 euros ao passo que a Semapa, que a controla, cedeu 5,37% para 12,52 euros.

(Notícia actualizada com mais informações pelas 16h58)
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