O índice bolsista grego está a cair 0,75% para 260,47 pontos, contrariando a tendência de ganhos que impera no resto da Europa no último dia de negociação de 2014. Entre as cotadas que mais penalizam estão os bancos, mais uma vez.

O Piraeus perder 1,8%, o Alpha Bank recua 1,76% e o Eurobank desce 1,6%. São inclusivamente os bancos gregos os que mais caem entre os congéneres europeus, numa altura em que o índice que agrega os 49 maiores bancos europeus, o Stoxx600 para a banca, está a subir 0,29%, com o BCP a liderar os ganhos, ao subir 1,5%.

Mas não é apenas a bolsa grega que está a dar sinais dos receios dos investidores. As taxas de juro implícitas nas obrigações gregas estão a subir mais de 10 pontos base em todos os prazos, depois de na segunda-feira a subida ter sido superior a 100 pontos, depois do Governo ter falhado a eleição do Presidente da República pela terceira vez, o que implica a convocação de eleições legislativas antecipadas.

Assim, a "yield" das obrigações a cinco anos está a subir 23,2 pontos base para 11,344% e a taxa a 10 anos está a avançar 15,4 pontos para 9,745%. Já a taxa a três anos está novamente a disparar mais de 100 pontos para 14,448%.

Este comportamento está relacionado com o facto de os investidores recearem o impacto da crise política na Grécia e de as eleições ditarem a vitória do Syriza, como apontam as sondagens. O partido de extrema-esquerda tem defendido o fim da austeridade e a renegociação da dívida, o que deixa os investidores, especialmente os que detêm dívida grega, receosos sobre potenciais perdas. Ainda assim, o líder do Syriza, Alexis Tsipras, tem moderado o seu discurso.

A sondagem mais recente a chegar da Grécia continua a colocar o Syriza na liderança. A coligação liderada porAlexis Tsipras obteve 28,1% das intenções de voto face aos 25,1% do Nova Democracia, segundo o inquérito daMarc para a Alpha TV.