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BCP encerra com ganho de 13,5% em dia de troca frenética de acções

Apesar da pressão vendedora do início da sessão, as acções do BCP logo passaram para terreno positivo, apesar da dimensão do aumento de capital ter surpreendido os analistas. Os títulos fecharam a negociar nos 18 cêntimos.

Miguel Baltazar/Notícias
25 de Junho de 2014 às 16:47
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Foi um início bem carregado no vermelho. Mas o verde foi a cor de praticamente toda a sessão. Incluindo no final, também ele um verde bem tingido. Assim decorreu a sessão desta quarta-feira do Banco Comercial Português.

 

Os títulos terminaram o dia 25 de Junho com uma valorização de 13,56% para os 18 cêntimos. Chegaram a ganhar 17,5%, quando tocaram nos 18,62 cêntimos. Recuperaram das três quedas expressivas da última sessão e puxaram pelo índice de referência nacional, o PSI-20, que somou 0,96%.

 

Os analistas antecipavam uma pressão negativa inicial sobre a negociação das acções do BCP depois de relevados os pormenores sobre o aumento de capital de 2.250 milhões de euros que o banco vai fazer. Mas esse movimento negativo só ocorreu mesmo no início. As acções arrancaram com uma quebra de 9% para a cotação mais baixa desde Dezembro de 2013, depois de levantada a suspensão decretada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), mas pelas 8h20 logo inverteram.

 

Apesar da subida expressiva da sessão, o BCP não conseguiu compensar as quebras que viveu ao longo do último mês, desde que, a 14 de Maio, saiu a primeira notícia a dar conta da preparação de um aumento de capital. Estava a 20,3 cêntimos a 13 de Maio.

 

Volume máximo em quase dois anos

 

Na sessão desta quarta-feira, houve uma pressão compradora. Foram negociados 617 milhões de títulos da instituição financeira sob o comando de Nuno Amado, o que mais do que triplica a média de 163 mil acções transaccionadas por sessão nos últimos seis meses.

 

Por comparação, na sessão de terça-feira (ainda que com menos duas horas de transacção) foram negociadas 128 milhões de acções. Não trocavam de mãos tantas acções do BCP num único dia como o de 25 de Junho desde Agosto de 2012, há já praticamente dois anos.

 

Olhar para o futuro positivo

 

Os analistas, embora referindo que o aumento de capital de 2.250 milhões é num montante superior ao estimado, consideram que a operação é positiva no médio e longo prazo. "Dor no curto prazo". "Ganho no longo prazo", anota o BPI Equity Research. "Apesar de esperarmos uma reacção inicial negativa, acreditamos que a acção continue atractiva", assinalam os especialistas da casa de investimento do BPI. "Para lá da reacção inicial [negativa], a nossa leitura da operação é mais equilibrada", aponta, por sua vez, o BESI.

 

Praticamente todos os especialistas referiram que era preciso olhar para lá da reacção inicial, que antecipavam que fosse negativa. Até porque está em causa a utilização de mais de 80% do dinheiro arrecadado (1.850 milhões) para reembolsar a ajuda estatal (embora alguns estimassem que o aumento de capital fosse suficiente para pagar todo o valor injectado em 2012).

 

"Em termos fundamentais, mantemos uma visão positiva de médio e longo prazo para o banco. Continuamos a percepcionar o BCP como uma história de reestruturação ligada à recuperação da economia portuguesa, complementada com as operações em Angola, Moçambique e na Polónia", comenta a unidade de investimento da Caixa Geral de Depósitos.

 

A cotação de fecho de ontem foi de 9,9 cêntimos se ajustarmos ao aumento de capital (cada acção irá dar um direito de subscrição das novas acções e cada quatro direitos permitirão subscrever sete novas acções). A subscrição dos novos títulos será feita por 6,5 cêntimos. Ou seja, em causa está um desconto de 34% face ao preço teórico de 9,9 cêntimos.

 

Não há ainda datas para que a operação de reforço de capital do BCP arranque. 

 

(Notícia actualizada pela última vez às 17h07 com mais informações e opiniões)

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