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FT: "BCP chega tarde ao jogo dos aumentos de capital"
Na Lex Column, o Financial Times diz se o banco português tivesse avançado antes da forte queda das acções poderia ter garantido o dinheiro necessário para pagar tudo ao Estado.
Já era esperado, mas o BCP acabou por só agora avançar com um aumento de capital de 2.250 milhões de euros para fortalecer os seus rácios. "Chega tarde ao jogo dos aumentos de capital", diz o Financial Times. Na sua Lex Column, o jornal diz que ao fazê-lo tarde, o banco português sai penalizado pela queda recente das acções. Antes da descida poderia ter assegurado o dinheiro necessário para devolver a ajuda ao Estado.
"O aumento de capital [do BCP] irá ajudar a pagar a ajuda estatal realizada através de obrigações de capital contingente [‘CoCos’]", refere a publicação. E irá permitir elevar a solidez da instituição. "O Berenberg estima que com esta operação, o rácio ‘core Tier one’ do banco possa subir de 7% para 12% de acordo com Basileia III", cita o Financial Times.
"Tudo isto acontece antes dos testes às carteiras de crédito na Avaliação à Qualidade dos Activos (AQR, na sigla original) do BCE", lembra o jornal. "Mas talvez o BCP pudesse ter sido um pouco mais rápido na tomada de decisão sobre este aumento de capital. Os bancos gregos e italianos já o fizeram. O BES, o seu rival, aumentou o capital em mil milhões no início deste mês".
O BCP "poderá ter perdido uma melhor oportunidade [para realizar esta operação] quando as acções estavam 50% mais elevadas. Isto significa que poderia ter sido capaz de obter dinheiro para cobrir na totalidade a ajuda recebida do Estado. No final, o banco optou por cobrir a maior parte da ajuda estatal, evitando uma diluição de 100%. Esta é a má notícia", remata.
Mas há uma boa notícia, diz o Financial Times. "A boa notícia é que a administração do BCP parece estar mais optimista. Apesar do elevado aumento de capital, a meta do banco para o retorno do capital para 2017 manteve-se em 15%, o que tem implícita uma melhoria das condições no futuro. A rentabilidade deverá melhorar à medida que os custos caem".