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BCP perde 22% desde primeira notícia sobre aumento de capital

A CMVM ordenou a suspensão da negociação das acções do BCP a 24 de Junho. A primeira vez que foi noticiado que o BCP estaria a preparar um aumento de capital foi a 14 de Maio. Neste período, as acções recuaram em força. Seguem, agora, na cotação mais baixa do ano.

Miguel Baltazar/Negócios
24 de Junho de 2014 às 16:41
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As acções do Banco Comercial Português foram fortemente penalizadas nas últimas semanas, nomeadamente desde a primeira notícia que dava conta da preparação de um aumento de capital. Antes de serem suspensas pelo regulador esta terça-feira, seguiam na cotação mais reduzida de 2014.

 

Às 14h57, quando foram suspensos, os títulos do banco liderado por Nuno Amado (na foto) estavam a perder 4,58% para valerem 15,85 cêntimos. Chegaram a descer aos 15,52 cêntimos, a cotação mais baixa de 2014. As acções do BCP não voltaram a negociar até ao fecho dos mercados, pelas 16h36. O índice de referência da bolsa portuguesa caiu 1,5%.

 

A 14 de Maio, o Diário Económico noticiou que o BCP e o Banco Espírito Santo estariam a preparar uma operação de reforço de capital. No caso do banco liderado por Nuno Amado, o valor a arrecadar junto de investidores seria superior a 1,5 mil milhões de euros. O presidente executivo afirmou que nada estava decidido. Ainda assim, os títulos caíram.

 

No dia anterior, as acções da instituição financeira tinham encerrado nos 20,3 cêntimos. Caíram mais de 10% nesse 14 de Maio. E, desde aí, mesmo com as declarações de Amado a dar conta que nada estava decidido na administração, os títulos têm negociado com uma forte volatilidade, entre subidas e descidas bastante expressivas. O que se foi intensificando à medida que foram avançadas mais notícias – como uma da agência Bloomberg, que indicou que o aumento de capital poderia ascender a 2 mil milhões de euros, um valor considerável tendo em conta que o BES, por exemplo, acabou por realizar um aumento de capital de 1.045 milhões de euros. Assim, as acções perdem 22% neste período.

 

Na sexta-feira passada, 20 de Junho, e já após o fecho dos mercados, numa entrevista à Reuters, o presidente executivo do BCP salientou que, se avançar o aumento de capital, "será para resolver assuntos importantes" e não "algo que seja nada, que seja pouco e não resolva nada". "Se for possível antecipar o nosso plano [de reembolso da ajuda ao Estado], vamos fazê-lo e estamos a analisar diferentes alternativas para isso, incluindo um aumento de capital", acrescentou.

 

Na segunda-feira, a tendência das acções do banco voltou a ser negativa. E o mesmo aconteceu esta terça-feira, 24 de Junho. Hoje, a Reuters noticiou que a instituição financeira vai anunciar "muito em breve" a operação de aumento de capital, que poderá alcançar os 2 mil milhões de euros, uma informação que noticiou citando fontes ligadas ao processo.

 

Uma notícia que fez com que a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ordenasse a suspensão da negociação das acções do BCP, "até à divulgação de informação relevante sobre o emitente". Até ao fecho dos mercados, nada foi dito pelo banco.

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