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BCP perde mais de 200 milhões desde anúncio de aumento de capital

As acções do BCP fecharam em queda nas três sessões desde que anunciou o aumento de capital, tendo registado um novo mínimo histórico.

Miguel Baltazar
12 de Janeiro de 2017 às 16:59
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As acções do Banco Comercial Português fecharam a cair 2,77% para 82,2 cêntimos, na quinta sessão consecutiva em terreno negativo.

 

Logo no início da sessão as acções atingiram um novo mínimo histórico, nos 79,03 cêntimos, tendo depois encetado uma recuperação, em linha com o comportamento das restantes cotadas e beneficiando de uma nota positiva que foi emitida pela DBRS.

 

A agência de "rating" canadiana veio dizer que o aumento de capital veio retirar uma "incerteza central" do caminho do BCP em 2017, estimando que o BCP passe a apresentar lucros já este ano e continue a melhorar a rentabilidade, sobretudo com menores entradas de crédito malparado e reduções adicionais nos custos de financiamento.

 

Com a prestação desta quinta-feira, as acções acumulam uma queda de 21% desde que na noite de segunda-feira anunciou que iria realizar um aumento de capital de 1,33 mil milhões de euros para reembolsar o Estado e reforçar os rácios de capital.

 

A capitalização bolsista do banco (tendo já em conta o último aumento de capital subscrito pela Fosun) é agora de 776,5 milhões de euros, o que corresponde uma perda de 207 milhões de euros face ao valor de mercado no fecho da sessão de segunda-feira.

 

Na terça-feira as acções recuaram 11,34% e na sessão seguinte desceram mais 8,42%. Hoje registaram a queda de menor dimensão.

 

Nesta operação de aumento de capital, a Fosun, através da "holding" Chiado, vai investir um máximo de 531 milhões de euros para reforçar a sua posição no banco liderado por Nuno Amado e assim elevar para 30% a sua posição no BCP.

 

A dúvida permanece sobre o que vai fazer a Sonangol e outros accionistas com participações qualificadas no banco, o que deverá ditar o rumo dos títulos nas próximas sessões.

 

"A cotação do BCP deve continuar pressionada, apesar de existir o compromisso da Fosun, subscrever mais 40% do montante do aumento de capital, para ficar com 30% do banco. Alguns accionistas estão à espera da transacção dos direitos, pelo que até essa data a cotação deve manter-se pressionada", explicou Pedro Lino, presidente executivo da Dif Brokers, em declarações ao Negócios.

 

Tendo em conta a cotação de fecho de hoje, a valor teórico das acções após o aumento de capital é de 13,95 cêntimos, o que compara com os 15,32 cêntimos de segunda-feira. Já o valor teórico dos direitos é de 68,3 cêntimos, abaixo dos 88,8 cêntimos registados no dia do anúncio do aumento de capital.

 

 

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