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Acções do BES regressam à negociação a subirem mais de 9%

Depois de terem sido suspensas de negociação na quinta-feira, as acções do Banco Espírito Santo retomaram a negociação, às 11h30, com uma subida superior a 9%.

11 de Julho de 2014 às 11:34
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As acções do Banco Espírito Santo sobem mais de 6% esta manhã, tendo arrancado com um ganho de 9,23%, depois da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários ter levantado a suspensão dos títulos, que tinha determinado a meio da sessão de quinta-feira. O levantamento da suspensão só ocorreu às 11h30, uma vez que o regulador manteve a decisão para poder avaliar a informação prestada pelo banco e para dar tempo aos investidores para assimilarem a informação prestada perto das 0h desta sexta-feira, 11 de Julho.

 

Os títulos sobem para 6,88% para 54,4 cêntimos, tendo já estado a ganhar mais de 11%, depois de ontem marcarem uma perda de 17,24% para 50,9 cêntimos antes da suspensão. O regulador do mercado determinou, ainda na quinta-feira, a proibição de vendas a descoberto, o chamado "short selling" das acções do BES durante a sessão desta sexta-feira. Ou seja, o regulador proíbe que os investidores apostem na queda das acções.

 

A recuperação das perdas surge depois de na noite de quinta-feira, cerca de 12 horas depois da suspensão dos títulos em bolsa, o BES ter emitido um comunicado onde detalha a exposição do banco e dos seus clientes ao Grupo Espírito Santo.

 

Apesar de não detalhar as perdas potenciais, por o GES não ter ainda publicado o seu plano de reestruturação, o BES assegura que "as potenciais perdas resultantes da exposição ao Grupo Espírito Santo não põem em causa o cumprimento dos rácios de capital regulamentares".

 

Isto porque o banco diz ter uma almofada de capital de 2.100 milhões de euros, que supera o total da exposição directa ao GES, somada à que os seus clientes têm às empresas do GES, pelas quais o BES pode ter que assumir responsabilidade. Esta exposição directa e através dos seus clientes ao GES ascende a 2.036 milhões de euros.

 

Num cenário extremo de incumprimento total do GES face ao banco e aos seus clientes, tendo em conta os números agora revelados ("provisórios" e "ainda não sujeitos a revisão pelos auditores externos"), o BES teria capital suficiente para suportar estas perdas e permanecer com um rácio de capital em linha com o mínimo exigido pelos reguladores.

 

A exposição directa que o banco tem às empresas do Grupo Espírito Santo é de 1.183 milhões de euros e a exposição dos seus clientes de retalho totaliza 853 milhões de euros. Sobre esta última parcela, a ESFG (que controla 25% do capital do BES) assumiu uma garantia de 700 milhões de euros. A exposição dos clientes institucionais supera os 2 mil milhões de euros, mas sobre este montante o banco não tem responsabilidade.

 

A incerteza sobre o impacto da crise no GES sobre o BES registou um forte agravamento durante o dia de ontem, depois da ESFG ter solicitado a suspensão dos seus títulos devido às dificuldades no grupo. O assunto teve grande destaque na imprensa internacional, sobretudo a especializada, e provocou um sentimento negativo nos mercados a nível global. 

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