As acções da Portugal Telecom continuam a registar fortes quedas. A PT desce 8,83% para 1,291 euros, tendo já recuado um máximo de 13,14% para 1,23 euros esta sexta-feira, 10 de Outubro. Este é mesmo o valor mais baixo de sempre da PT.

As acções da operadora estão a acumular perdas acentuadas nos últimos dias, sendo arrastada pela Oi  - detida em 25% pela PT - devido à saída de Zeinal Bava da operadora. Em três dias a PT perdeu 21,62% do seu valor de mercado, depois de ontem ter recuado quase 13%, o que corresponde à maior queda diária de sempre da operadora.

Já a Oi segue com uma perda de 20,48% no mesmo período, marcado pela saída de Zeinal Bava, o que tem elevado os receios em torno da estratégia da operadora de telecomunicações.

Os analistas têm-se mostrado apreensivos com a saída do gestor, considerando que Zeinal Bava era uma peça-chave na reestruturação da operadora brasileira.

Esta é, aliás, a principal notícia que tem pressionado as acções das operadoras, numa altura em que se especula sobre a compra da Tim por parte da Oi ou da Oi por parte da Tim. A junção das duas operadoras de telecomunicações tem sido dada como quase certa, o que falta saber é qual das duas avança para uma oferta de compra.

E é também neste contexto que se tem falado sobre a possível venda da PT Portugal, empresa que tem as operações em território nacional, por parte da Oi. Os franceses da Altice estão, inclusivamente, em Portugal para se reunirem com accionistas portugueses e membros do Governo.

Segundo a informação a que o Negócios teve acesso, a Altice já fala mesmo em valores nas reuniões que está a ter com os accionistas da PT, tendo inclusivamente já reunido com o Novo Banco.

Ainda hoje foi publicado pela Reuters uma entrevista ao actual presidente interino da Oi, onde este responsável garantiu que a brasileira está empenhada na fusão com a PT, mas admitiu vender activos em Portugal.

"Estes comentários de Gontijo confirmam a possibilidade da venda da PT Portugal, um cenário que tem sido amplamente noticiado nos últimos dias. Ainda assim, acreditamos que qualquer desenvolvimento está dependente da materialização da consolidação do mercado móvel no Brasil e a estrutura que este processo tiver", nomeadamente saber se a Oi será "o comprador, o vendedor" ou  se vai participar numa fusão com a Tim, salientam os analistas do BESI numa nota publicada esta sexta-feira.