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Guia para sobreviver ao Web Summit

Na próxima segunda-feira, 6 de Novembro, começa a segunda edição em Lisboa do Web Summit. Um evento dedicado ao empreendedorismo e à tecnologia que nasceu há sete anos em Dublin e que promete ficar, pelo menos, mais um ano na capital portuguesa.

Mariline Alves/Correio da Manhã
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Já ouviu falar do Web Summit o ano passado, mas não fixou o que é? Já percebeu que, por causa do evento, a cidade de Lisboa vai estar inundada de pessoas? Saiba o que vai acontecer, tema a tema.

O EVENTO
O que é o Web Summit?

O Web Summit é uma conferência que reúne empreendedores, investidores, grandes empresas e os seus líderes. Foi fundada pelos irlandeses Paddy Cosgrave, David Kelly e Daire Hickey. A primeira edição decorreu em 2010 em Dublin e aí permaneceu até 2015. Ainda mesmo antes da última edição na Irlanda, a organização comunicou que ia transferir o evento para Lisboa por três anos (2016, 2017 e 2018) com a possibilidade de serem mais duas as edições em Lisboa (2019 e 2020). A cerimónia de abertura desta segunda edição em Lisboa está agendada para o dia 6 de Novembro e no dia seguinte começa "verdadeiramente" o Web Summit. António Guterres e Margrethe Vestager vão estar na cerimónia do dia 6.

Porquê Lisboa?

A capital portuguesa concorreu e foi escolhida entre um leque de outras cidades europeias. O anúncio foi feito em Setembro de 2015. Paddy Cosgrave, líder do Web Summit, explicou na altura que a saída de Dublin deveu-se sobretudo à falta de condições, nomeadamente ao nível de infra-estruturas e à fraca qualidade do wi-fi. O evento vai contar com um apoio de 3,9 milhões de euros, 1,3 milhões por ano, dado pelo Turismo de Portugal, Turismo de Lisboa (ATL) e AICEP (Agência de Investimento de Portugal).

Qual a dimensão?

Tal como no ano passado, o evento vai realizar-se na Altice Arena (novo nome do Meo Arena) e na FIL. Mas um dos pavilhões da FIL, que no ano passado estava vocacionado para as acreditações, este ano vai ser espaço de exposição.

PARTICIPAÇÃO
quantos são os participantes?

O número de participantes no Web Summit tem vindo a crescer de ano para ano. Em 2010, o evento contou com 400 participantes; em 2014 com cerca de 22 mil; e em 2015 teve cerca de 42 mil pessoas. No ano passado, na primeira edição do Web Summit que decorreu em Lisboa, participaram mais de 53 mil pessoas. E as expectativas para este ano apontam para mais de 60 mil pessoas, oriundas de mais de 160 países.

entradas
Quanto custa entrar?

O Web Summit não é evento com entrada gratuita, pelo contrário: os preços dos bilhetes podem oscilar, por esta altura, entre os 1.000 euros e os quase 5.000 euros. Há já mais de 55 mil bilhetes vendidos.

Tal como no ano passado, a organização lançou a campanha Inspire em que são vendidos bilhetes a preços reduzidos (este ano são a 7,5 euros e permitem aos participantes assistir a meio dia de conferências que se realizem no palco principal). O Web Summit tinha disponibilizado 10 mil bilhetes no âmbito desta iniciativa a 23 de Outubro, que esgotaram em poucos dias. E, por isso, a 30 de Outubro foram disponibilizados mais dois mil bilhetes. 

Surgiram notícias sobre a revenda destes bilhetes na internet por quantias bastante acima do custo. Mas o Web Summit já fez saber que tem um sistema para identificar essas entradas. "Os bilhetes revendidos serão identificados e cancelados. As pessoas que tiverem um bilhete revendido não poderão entrar", disse Paddy Cosgrave em comunicado.

Como fazer a acreditação?

Há duas formas de fazer o registo para entrar no Web Summit: no aeroporto ou na própria FIL. No aeroporto esse registo é possível no sábado das 10:00 às 23:00, no domingo e segunda das 07:00 às 23:00 e na terça das 07:00 às 15:00. Na FIL, o principal centro de registo vai estar perto do cruzamento entre a Alameda dos Oceanos e a Avenida do Atlântico. O registo pode ser feito segunda das 12:00 às 20:00, terça e quarta das 8:00 às 17:00 e quinta das 08:00 às 15:00. A organização prevê que a manhã de terça-feira, 7 de Novembro, seja o período mais concorrido.

ALOJAMENTO
Como vão estar os hotéis?

Os grupos hoteleiros ouvidos pelo Negócios falam em taxas de ocupação superiores a 90% e há mesmo quem anteveja, como o grupo Turim, alcançar os 100% nos dias do Web Summit. Os preços médios variam entre os 150 e os 200 euros. Isso mesmo confirma uma pesquisa no portal de reservas Booking, onde a indicação "com muita procura" é constante para os dias em que se realiza este evento. Algumas mensagens de "o nosso último quarto esgotou" surgem amiúde. Os hotéis de três estrelas estão acima dos 100 euros. A partir dos 160 euros, surgem os de quatro estrelas, embora a maioria dos preços nesta categoria se concentre nos 200 euros. Os hotéis de cinco estrelas rondam os 250 ou 300 euros. Há também oferta, nas diferentes tipologias, acima dos 400 e 500 euros, em zonas consideradas mais nobres em Lisboa.

A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) espera, na cidade, uma taxa de ocupação de 88% e um preço médio de 145 euros. Mais de metade dos associados ouvidos diz ter reservas ligadas ao Web Summit. É uma perspectiva mais optimista na ocupação e contida no preço perante o balanço de 2016: face aos 85% e aos 163 euros por noite calculados, os indicadores ficaram-se pelos 73% e 130 euros. É preciso juntar ainda a esta rubrica o alojamento local: no ano passado, 15 mil dos participantes optaram pela plataforma Airbnb para reservar um sítio para ficar. Este ano serão 18 mil.

DESLOCAÇÕES
Como chegar de transportes?

Os diferentes transportes de Lisboa – Carris, Metro e CP – vão marcar presença nos locais de acreditação do Web Summit: o aeroporto e a FIL. Aí, os seus agentes irão prestar informação aos visitantes e realizar a venda de títulos de transporte. "Está previsto o reforço na linha vermelha [que passa no Parque das Nações e Aeroporto] nas horas de ponta em função da procura.


Está igualmente previsto o reforço no fim-de-semana e nas noites da semana do evento", informou fonte oficial do Metro de Lisboa.

Há passes combinados para metro, autocarro e comboios a 10 euros para um dia, 20 euros para três dias e 25 euros para cinco dias. No caso da CP há também uma tarifa especial de dois euros num bilhete ida e volta na rede de Lisboa. Nos comboios "não está previsto reforço da capacidade de lugares disponíveis", informou a empresa, que admite contudo reforçá-la caso se venha a mostrar necessário.

Na Avenida da Boa Esperança será criada uma praça de táxis temporária, junto ao hotel Myriad. A Cooptáxis diz que estarão disponíveis unidades móveis controladas por operadores, com tablets e intercomunicadores, à semelhança do ano passado, para tornar mais rápidos os pedidos. A Uber também vai voltar a disponibilizar a sua modalidade partilhada até 12 de Novembro, a UberPool. Por sua vez, a Mytaxi vai ter descontos até 50%.

Os condicionamentos no trânsito?

Segundo a Câmara Municipal de Lisboa, citada pela Lusa, haverá vários condicionamentos em várias artérias da freguesia do Parque das Nações, mas também na Misericórdia, Santa Maria Maior e Alcântara. A circulação na Avenida do Atlântico e na Alameda dos Oceanos, junto à FIL, vai estar encerrada até ao próximo dia 13 de Novembro.
"A Rua do Bojador é encerrada à circulação no troço entre a Rotunda da Lágrima e a Alameda dos Oceanos", enquanto "a Avenida da Boa Esperança estará condicionada à circulação entre a Rotunda dos Vice-Reis e a Torre Vasco da Gama, ficando apenas ‘circulável’ para viaturas autorizadas", de acordo com a Lusa Na zona do Cais do Sodré e na Baixa também podem existir condicionamentos, uma vez que nestas áreas vai realizar-se a Night Summit.

REDE MÓVEL E WI-FI
Como vão funcionar as comunicações?

A dona da Meo vai voltar a ser a parceira tecnológica do Web Summit. Em articulação com a organização do evento, "serão asseguradas todas as condições para dotar a FIL e a Altice Arena com cobertura wi-fi de alta densidade e alta disponibilidade, adequadas ao nível de exigência e à dimensão internacional do evento", garantiu fonte oficial da Altice.

Para a edição deste ano, estão previstas 60 mil pessoas e a utilização simultânea de cerca de 67 mil dispositivos, "estando a infra-estrutura a ser dimensionada para o dobro dessa capacidade", revelou ao Negócios a mesma fonte. Tendo em conta o aumento dos visitantes, "para além da capacidade para suportar em simultâneo mais 100% de dispositivos, temos 25% de incremento na densidade da cobertura wi-fi", detalhou a Altice, que vai ter uma equipa reforçada para o evento. Estão 130 pessoas envolvidas, 100 das quais das áreas técnicas.

A Nos e a Vodafone também vão reforçar as suas redes. "Sempre que é expectável uma maior concentração de pessoas, a Vodafone leva a cabo planos dedicados de reforço de cobertura e capacidade da sua rede de comunicações móveis. O Web Summit é, naturalmente, um desses exemplos". Já a Nos, "vai realizar um reforço da rede móvel nas tecnologias 2G, 3G e 4G em toda a envolvente do Parque das Nações, através da colocação de uma torre móvel temporária e ‘upgrade’ de rede nas estações que servem a zona". Adicionalmente, "existirá um reforço em específico nos locais de afluência dos visitantes durante o final da tarde e noite, o Night Summit, como são o caso do Bairro Alto, Cais do Sodré e Lx Factory", disse fonte oficial.

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