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Tailandeses investem mais 50 milhões para renovar Tivoli
As contas apontam para 344 milhões de investimento logo na fase inicial do negócio. O Minor Hotel Group é agora dono de todos os activos da cadeia hoteleira que outrora pertenceu ao Grupo Espírito Santo.
Foi o "ponto final de um período conturbado de quase dois anos". Assim definiu o administrador Filipe Santiago a conclusão da venda dos hotéis Tivoli aos tailandeses do Minor Hotel Group. No seu discurso, um agradecimento aos trabalhadores que "nunca, em momento algum, baixaram os braços".
É um ponto final num negócio de 294 milhões de euros, que se arrastou durante 18 meses. Pelo meio, um Processo Especial de Revitalização, um arresto de bens e uma acção do Montepio.
Mas é também o arranque de uma nova história, com os 14 hotéis Tivoli (dois dos quais no Brasil) a entrar nesta rede que conta com mais de uma centena de unidades em 22 países. O maior negócio de sempre no sector hoteleiro em Portugal traz outro compromisso: 50 milhões de euros para renovações em Portugal. O Tivoli Lisboa, hotel na Avenida da Liberdade - onde nasceu a cadeia, está na lista.
Desde 2013 que o Minor Hotel Group está atento aos Tivoli. "Fomos bastante insistentes porque sentimos que a marca [criada em 1933] tem bastante valor", confessou Dillip Rajakarier, CEO do grupo tailandês avaliado em 4 mil milhões de dólares.
Um ano de compromisso tailandês
Janeiro de 2015: aquisição da operação no Brasil e quatro imóveis em Portugal por 168 milhões de euros. Nesse mês, a Tivoli Hotels & Resorts solicitou um Processo Especial de Revitalização.
Junho de 2015: proposta de 82,5 milhões de euros para o controlo da cadeia hoteleira e compromisso de assumir o passivo superior a 60 milhões de euros.
Outubro de 2015: aquisição do Tivoli Oriente por 38,5 milhões de euros.
Dezembro de 2015: levantamento do arresto dos bens da Tivoli Hotels & Resorts pela justiça portuguesa.
Fevereiro de 2016: aquisição dos restantes sete activos em Portugal e fecho do negócio. Anúncio de investimento na renovação de unidades em Portugal.
O negócio marca a entrada do Minor na Europa e América do Sul. Agora, o gestor quer "levar a marca Tivoli para fora de Portugal" e reforçar a presença da rede hoteleira em Portugal. "Em cinco anos, o tamanho e o tipo da marca Tivoli será muito diferente", garantiu. Numa palavra: global.
Na audiência, o sector do turismo representado em peso. Confederação do Turismo Português, Associação da Hotelaria de Portugal, Associação de Turismo de Lisboa, secretária de Estado do Turismo, ministro da Economia. Foi ao último que coube terminar a cerimónia desta terça-feira, 2 de Fevereiro.
"Quero agradecer a sua resiliência e a escolha de investir em Portugal", posicionou Manuel Caldeira Cabral, relembrando que este foi um "processo longo, complicado". Por isso mesmo, o ministro quer "simplificar a vida" a quem quer trabalhar e investir em Portugal. "Por favor, é bem vindo para expandir o seu investimento em Portugal", apelou a Dillip Rajakarier. Caldeira Cabral sublinhou ainda que "Portugal tem de atrair mais investimentos destes".
O Governo pode ajudar através da simplificação dos processos de licenciamento, de mecanismos de capitalização e financiamento das empresas e diminuição dos custos de contexto, exemplificou."O Orçamento [do Estado para 2016] devolve rendimento e diminui carga fiscal. Isso aumenta a confiança dos investidores e dos portugueses", respondeu quanto questionado pelos jornalistas sobre esse documento.