O autódromo e o kartódromo do Algarve vão passar a ser explorados pela sociedade de capital de risco estatal, a Portugal Ventures. A operação com a autorização da Autoridade da Concorrência, que decidiu não opor-se ao negócio.

A entidade, cujo presidente recentemente eleito é António Ferreira Gomes, considerou que a Lei da Concorrência não é violada com o negócio através do qual a Portugal Capital Ventures fica com o controlo da Parkalgar Serviços, uma nova empresa que é criada, distinta da Parkalgar, promotora daqueles activos.

A operação "não é susceptível de criar entraves significativos à concorrência efectiva no mercado identificado", concretiza o comunicado da Autoridade da Concorrência na quarta-feira 6 de Novembro, depois de a operação ter sido notificada a 19 de Setembro.

A Parkalgar Serviços é uma nova sociedade a ser constituída e que terá como principal accionista a sociedade de capital de risco estatal Portugal Ventures. A Parkalgar S.A – Parques Tecnológicos e Desportivos, a promotora do autódromo de Portimão, será accionista, embora minoritária (tal como a sua equipa de gestão).

Esta nova sociedade, a Parkalgar Serviços, vai adquirir o controlo exclusivo do autódromo internacional do Algarve, do kartódromo internacional e ainda da pista todo-o-terreno. Ou seja, o Estado só tem estes activos em Portimão de forma indirecta. Além disso, como esclareceu em Fevereiro a Portugal Ventures, a Parkalgar Serviços fica apenas responsável pela exploração das infra-estruturas, já que a propriedade continua a estar na Parkalgar SA.

Segundo noticiou o “Correio da Manhã” em Setembro, fora deste negócio fica a parte imobiliária do empreendimento.

A Parkalgar entregou, no ano passado, um Plano Especial de Revitalização (PER) na sequência da falta de financiamento e da insolvência da empresa que era responsável por construir o hotel e os apartamentos no complexo do autódromo. A dívida acumulada superava, na altura, os 160 milhões de euros.

A operação de constituição da Parkalgar Serviços permite “avançar mais uma etapa na concretização” do PER, de acordo com o esclarecimento da sociedade de capital de risco estatal, emitido em Setembro.

A intenção é a de criar um “quadro financeiro estável que permitirá a rentabilização dos investimentos realizados numa infra-estrutura relevante para a economia regional e para a dinamização da actividade turística, contribuindo também para a redução da sazonalidade” da região.

Na projecção económica e financeira do plano, prevê-se que a empresa registe lucros de 3,8 milhões de euros este ano, depois dos prejuízos de 4,3 milhões em 2012, conforme noticiou o Negócios.