O Banco de Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) decidiu manter a taxa de juro diretora inalterada em 5%, informou a autoridade monetária em comunicado esta quinta-feira. Esta decisão surge depois de,  pela primeira vez desde 2020, o Comité de Política Monetária do banco central ter deliberado cortar a taxa de referência em 25 pontos base. A decisão foi tomada com uma maioria de oito votos contra um, que preferia reduzir os juros em 25 pontos base para 4,75%

A instituição sublinha que, "na ausência de desenvolvimentos significativos, continua a ser adequada uma abordagem gradual da eliminação da restritividade da política monetária". Até porque, "a política monetária terá de continuar a ser restritiva durante um período [de tempo] suficientemente longo" até que o banco central tenha a confiança de que a inflação está a regressar de forma sustentada à meta dos 2%.

"A taxa de inflação anual foi de 2,2% em agosto e é esperado que cresça para 2,5% até ao final do ano, uma vez que a descida dos preços da energia que ocorreram no ano passado, não são tidas em conta na comparação anual", explica o banco central. Já olhando para a economia britânica, o Comité liderado por Andrew Bailey mantém a  expectativa de que o PIB cresça 0,3% na segunda metade do ano.

O comité assegura, assim, que "continua a acompanhar de perto os riscos de persistência da inflação e decidirá, em cada reunião, o grau adequado de restritividade da política monetária", sem se comprometer por isso com uma trajetória específica da taxa de referência.

No comunicado, o banco central dá ainda conta de que foi decidido de forma "unânime" a redução do "stock" de dívida britânica detido pela instituição, para efeitos de política monetária, em 100 milhões de libras nos próximos 12 meses, o equivalente a 119 milhões de euros à taxa de câmbio atual, para um total de 558 mil milhões de libras. 

"Todos os membros do Comité de Política Monetária concordaram, nesta reunião, que o Banco de Inglaterra deveria reduzir o volume de compras de obrigações de dívida pública britânica detidas para efeitos de política monetária, e financiadas pela emissão de reservas do banco central, em 100 mil milhões de libras ao longo do período de 12 meses entre outubro de 2024 e setembro de 2025, incluindo tanto obrigações soberanas vincendas como novas emissões".

(Notícia atualizada às 12:32 horas).