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Banco de Inglaterra corta pela primeira vez juros desde 2020

O Comité de Política Monetária deliberou um corte de 25 pontos base, com cinco votos a favor e quatro contra, que preferiam manter a taxa de juro diretora em 5,25%. Ainda assim, o banco central alerta que este corte não significa o início de um ciclo, já que os juros terão de ficar em terreno restritivo, durante tempo suficiente.

01 de Agosto de 2024 às 12:26
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O Banco de Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) decidiu cortar, pela primeira vez desde 2020, a taxa de juro de referência. O Comité de Política Monetária deliberou um corte de 25 pontos base, com cinco votos a favor e quatro contra, que preferiam manter a taxa de juro diretora em 5,25%.

Este cenário já estava contemplado pelos investidores, que apontavam para uma probabilidade de 63,1% de corte da taxa de referência, com 50% de hipóteses de a redução ser de 25 pontos-base.

Esta decisão surge depois de a autoridade monetária britânica ter deliberado, durante sete reuniões consecutivas, a manutenção dos juros no nível mais elevado em 16 anos.

O banco central acredita que só agora passou a ser "adequado reduzir ligeiramente o nível de endurecimento da política monetária", porque "o impacto de choques externos anteriores diminuiu e registaram-se alguns progressos na moderação dos riscos de enraizamento da inflação".

Ainda assim, a autoridade monetária alerta que este alívio não é, necessariamente, o primeiro passo para um novo ciclo, já que - a seu ver - "a política monetária terá de continuar a permanecer restritiva durante tempo suficiente", de forma a garantir que a inflação se mantém na meta dos 2%.

Asssim, para o futuro o BoE vai continuar "a acompanhar de perto os riscos de enraizamento da inflação e decidirá o nível adequado de endurecimento da política monetária em cada reunião". 

Quando o Reino Unido começou a subir os juros de referência, em dezembro de 2021, vinha de um contexto de baixas taxas – que nessa altura estavam num mínimo histórico de 0,1%. O início do ciclo de aumentos deu-se no âmbito dos esforços para controlar a inflação – que tinha começado a subir no rescaldo da pandemia de covid-19 e que se agravou com a guerra na Ucrânia.

Inflação deve subir na segunda metade do ano

Em maio e junho, a inflação manteve-se na meta do Banco de Inglaterra, ou seja, nos 2%. No entanto, na segunda metade do ano, taxa homóloga deve subir ligeiramente acima deste patamar, de acordo com as projeções do banco central que acompanham o comunicado com a mais recente decisão de política monetária da instituição.

Isto, porque "uma vez que a queda dos preços da energia no ano passado ficam de fora da comparação anual, salientando de forma mais clara a persistência das pressões inflacionistas", explica o BoE. 

Ja olhando para a evolução da economia britânica, a instituição liderada por Andrew Bailey reconhece que "o PIB tem aumentado acentuadamente até agora", mas alerta que "o dinamismo que está subjacente [a este crecimento] parece mais fraco"

Em suma, o BoE acredita que nos próximos tempos "deverá surgir uma margem disponível para a economia, à medida que o PIB descer abaixo do potencial e o mercado de trabalho continuar" a ver os números cairem. No que diz respeito aos preços, "o enraizamento inflacionista interno deve desaparecer nos próximos anos, devido à política monetária restritiva", antecipa o Banco de Inglaterra.

Por outro lado, a autoridade monetária alerta que o desaparecimento desta persistência da inflação não é garantido, devido ao que chama de "efeitos de segunda ordem". "Uma procura mais forte do que o esperado e os fatores estruturais como uma taxa de desemprego mais elevada poderão afetar de forma mais persistente os salários e os preços internos". Além disso, o grau de endurecimento da política monetária poderá ficar abaixo do previsto", acrescenta o BoE.

(Notícia atualizada às 12:52 horas).

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