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Recompra de 50% da TAP já aumentou dívida pública

A Comissão Europeia sublinha que os contornos da operação que vai permitir ao Estado controlar metade do capital da companhia aérea ainda não estão totalmente claros. Também os transportes públicos de Lisboa e Porto preocupam Bruxelas.

TAP Portugal: Europe's Leading Airline to South America
David Martins
19 de Setembro de 2016 às 15:31
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A reversão parcial da privatização da TAP, que vai assegurar ao Estado 50% da companhia aérea, "pode implicar riscos orçamentais adicionais assim como pressão sobre a dívida pública", sublinha a Comissão Europeia no relatório da última avaliação pós-programa de ajustamento, divulgado esta segunda-feira.

Aliás, frisa Bruxelas, "a recompra de acções para recuperar o controle sobre 50% da TAP já aumentou a dívida pública em pelo menos 30 milhões de euros", o montante da emissão de obrigações da companhia aérea subscrito pelo Estado em Junho. A isso soma-se o valor que o Estado terá de pagar ao consórcio Atlantic Gateway, de Humberto Pedrosa e David Neeleman, para comprar 11% da TAP.

A Comissão Europeia diz ainda no documento que os contornos da operação que vai permitir ao Estado controlar 50% da companhia aérea "ainda não estão totalmente claros, nomeadamente em termos de direitos económicos de cada accionista, a contribuição para os planos de capitalização e controlo de gestão efectivo da empresa".

A Comissão Europeia alerta no mesmo relatório para os riscos da reversão das subconcessões dos transportes públicos de Lisboa e Porto, designadamente com as queixas apresentadas nos tribunais contra o Estado pela anulação dos contratos.

"As autoridades ainda não apresentaram planos concretos para compensar o potencial impacto orçamental negativo da recente anulação das subconcessões de transporte urbano de passageiros em Lisboa e Porto", frisa Bruxelas.

A Comissão recorda no documento que o Governo português está a rever a modelo de governance para os serviços de transporte público de passageiros nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.

Bruxelas faz notar que, abandonada a solução da subconcessão, apenas no caso da STCP foi assinado um memorando de entendimento para iniciar o processo de descentralização, que passará a gestão da empresa para autarquias.

"Na área metropolitana de Lisboa (Carris), ainda há falta de clareza na que será a solução escolhida para a empresa de transporte em autocarro", afirma.

Quanto aos metropolitanos, no caso do Porto está a ser preparado um novo concurso público para a subconcessão do serviço em 2018. Já no que diz respeito ao Metro de Lisboa "nada tem sido até agora decidido".

"A fim de cumprir com o regulamento europeu, um dos dois modelos terá de ser aplicado em 2019: o controlo eficaz pela autoridade local; ou se é continuar sob controlo do governo central, um concurso público terá de ser lançado", avisa Bruxelas.

No relatório, e em matéria de transportes, a Comissão Europeia diz ainda que uma decisão sobre a proposta fusão e inerente reestruturação das empresas de transporte fluvial Transtejo e Soflusa está a ser reavaliada e é esperada durante este ano, incluindo também um novo contrato de serviço público.

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