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Luís Ribeiro: "ANAC não pode ser vista como caso isolado nos salários"
O presidente do regulador da aviação civil alertou que tornar o caso da ANAC um exemplo do que não se deve fazer fragiliza a sua actuação.
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"A ANAC não pode ser vista como caso isolado ou exemplo de coisas que não se podem fazer porque isso também fragiliza o regulador e a sua actuação", afirmou esta quarta-feira no parlamento o presidente do regulador da aviação civil, Luís Ribeiro, questionado sobre as remunerações pagas à administração desta entidade.
O responsável criticou que a ANAC esteja a ser colocada como "exemplo relativamente a salários", quando os mesmos vencimentos são pagos noutros reguladores com mais tempo de existência.
O responsável garantiu aos deputados da Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas que não falou com ninguém, nem ninguém lhe criou expectativas relativamente ao vencimento, antes de aceitar o cargo.
"Conheço o que são os vencimentos praticados nos reguladores, mas não assumiram comigo nenhum compromisso", afirmou, assinalando que essa seria matéria para a comissão de vencimentos decidir.
A comissão de vencimento fixou em Outubro para o presidente deste regulador uma remuneração de 16.075 euros, do vice-presidente em 14.468 euros e o da vogal em 12.860 euros.
Luís Ribeiro disse ainda que "não é expectável que o regulador tenha de pagar o mesmo que entidades reguladas", assinalando que apesar de o nível de exigência ser maior, "há outras coisas que faz com que não seja possível atingir os mesmos valores".
O responsável assinalou ainda que existem diferenças face a entidades congéneres de outros países e lembrou a necessidade de se olhar também para os regimes fiscais sobre os quais incidem essas remunerações.
Questionado sobre os vencimentos dos trabalhadores da ANAC, Luís Ribeiro disse que a média de vencimentos dos funcionários do quadro se situa em torno dos 2.000 euros, enquanto dos avençados especializados que esta entidade tem de contratar andam acima dos 3 mil euros, em média, lembrando que se tratam de pessoas muito especializadas que não existem na administração pública.
Luís Ribeiro adiantou que o quadro de pessoal da ANAC está previsto ser de 249 pessoas, tendo apenas 133, a que se somam 50 avençados. "Temos tido constrangimentos na capacidade de recrutar", afirmou.