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Caso se construa novo aeroporto será necessário “repensar as taxas”, diz CEO da Vinci
O aeroporto de Lisboa recebe actualmente entre 17 a 18 milhões de passageiros por ano, um valor que coloca em cima da mesa a questão de um novo aeroporto. Segundo o presidente e CEO da Vinci, isso poderá acontecer antes do previsto e obrigará a rever os termos do contrato de concessão da ANA.
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"Sabíamos que no curso destes 50 anos [de concessão] em algum momento teríamos de pensar e negociar um novo aeroporto". As palavras são de Xavier Huillard, CEO da Vinci, que adiantou que esta necessidade poderá estar mais perto do que o imaginado e que se vier a ocorrer obrigará a "repensar as taxas" aeroportuárias.
"Dada a taxa de crescimento que tivemos até agora, a data em que teremos de começar a pensar sobre isso [a construção de um novo aeroporto] está provavelmente mais perto do que pensávamos antes", assumiu o CEO da Vinci à margem da conferência Internacional Summit of Business Think Tanks que teve lugar esta terça-feira no hotel Ritz, em Lisboa. "Começámos a discussão com o nosso senhorio, o Governo, e temos tempo", acrescentou o responsável, sem querer adiantar "mais nada" sobre estas conversações.
Quando questionado sobre quando o novo aeroporto será necessário, o responsável disse que "é impossível responder a essa questão" e que isso dependerá da evolução da taxa de crescimento e da capacidade de "encontrar maneiras criativas de receber todos". Actualmente, o aeroporto de Lisboa recebe "entre 17 e 18 milhões [de passageiros] por ano", sublinhou.
No que diz respeito às taxas cobradas no aeroporto de Lisboa, Xavier Huillard garantiu que o contrato de concessão "é cristalino" e que se vão "cumprir as regras que estão previstas nesse contrato". "Claro que se tivermos de construir um aeroporto novo vamos ter de voltar a esta matéria e repensar as taxas", adiantou, destacando porém que esta é uma questão à qual não se pode responder hoje. "Nem sabemos onde será este novo aeroporto", destacou.
A Vinci tem, no âmbito do contrato de concessão da ANA, exclusividade de exploração em 50 quilómetros.
As eleições do próximo dia 4 de Outubro e a eventual mudança de Governo não é uma questão que preocupe o CEO da Vinci, que compara um contrato de concessão a "um casamento". "Quando estás perante uma dificuldade, encontras forma de lidar com essa dificuldade de forma a continuares. A realidade é que tens de começar, neste tipo de situação, com o sentimento profundo de que estarás lá para os próximos 50 anos".