Notícia
Bolsa castiga Boeing após segundo acidente com 737 Max em menos de cinco meses
As ações da Boeing estão a ser bastante penalizadas esta segunda-feira na pré-abertura de Wall Street após o acidente de domingo com um Boeing 737 Max 8 na Etiópia. Este foi o segundo acidente com este modelo da fabricante aeronáutica em menos de cinco meses.
A queda de um Boeing 737 Max 8, da Ethiopian Airlines, na Etiópia este domingo, que provocou a morte de 157 pessoas, está a colocar a fabricante aeronáutica norte-americana sob pressão. Este foi o segundo acidente com este modelo da Boeing em menos de cinco meses.
Após o acidente deste domingo, a China ordenou às suas companhias aéreas que mantivessem em terra todos os 96 Boeing 737 Max 8. As companhias aéreas chinesas representam cerca de 20% da frota mundial do 737 Max 8. Também a Ethiopian Airlines decidiu não utilizar os quatro aparelhos deste modelo que possui. A companhia aérea, a maior de África, tem mais 25 aeronaves deste modelo encomendados.
Em finais de outubro do ano passado, um acidente com um Boeing 737 Max 8 da Lion Air, na Indonésia, causou 189 vítimas mortais.
"O design do Boeing 737 Max tem falhas perigosas", disse à Bloomberg Mohan Ranganathan, ex-piloto e consultor de segurança aérea baseado na cidade indiana de Chennai. "Há semelhanças evidentes entre os acidentes da Lion Air e da Ethiopian Airlines", acrescentou.
A Boeing, por seu turno, indicou esta segunda-feira que a investigação ao acidente de domingo ainda está na fase inicial e que não há necessidade de emitir novas recomendações para as companhias aéreas que possuem aeronaves 737 Max 8 com base na informação de que dispõe.
"A segurança é a nossa prioridade número um e estamos a tomar todas as medidas para perceber por completo todos os aspetos deste acidente, estamos a trabalhar de forma próxima com a equipa de investigação e com as autoridades reguladoras envolvidas", referiu, em comunicado enviado à Reuters, um porta-voz da Boeing.
As ações da construtora aeronáutica perdiam 8,8%, para 385,50 dólares, antes da abertura dos mercados de Nova Iorque. Também a Safran SA, que fabrica, juntamente com a General Electric, os motores do 737 Max, seguia em queda na Bolsa de Paris, recuando 1,3%, para os 117,95 euros.