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Greve dos motoristas: sindicatos e patrões trocam acusações sobre serviços mínimos
Os serviços mínimos estão afixados pelo Governo e os sindicatos prometeram desde sempre cumpri-los. Mas as informações que vêm do terreno apontam no sentido contrário. Antram diz que os sindicatos não enviaram escalas no prazo legal e sindicatos apontam o dedo às empresas por terem decidido comunicar escalas diretamente aos trabalhadores, ao contrário do que a lei prevê.
A Associação de Transportadores de Mercadorias, que representa as entidades patronais, e os sindicatos, que representam os motoristas, estão a trocar a acusações sobre os serviços mínimos. A Antram diz que os sindicatos falharam o prazo para envio às empresas das escalas de serviços mínimos, enquanto os sindicatos acusam as empresas de estarem a enviar escalas diretamentr aos trabalhadores, ao contrário do que a lei prevê.
A Associação de Transportadores de Mercadorias acusa os sindicatos de não cumprirem o prazo de envio dos trabalhadores para as escalas de serviços mínimos. Em comunicado divulgado hoje de manhã, a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) indica que os sindicatos deviam ter designado os trabalhadores para cumprir os serviços mínimos até 24 horas antes do início da greve, que começa às 00:01 de segunda-feira.
"Tal obrigação foi incumprida pelos sindicatos, mais uma vez, ao contrário do que disseram que iriam fazer em toda a comunicação social durante o dia de ontem [sábado]", escreve a Antram, numa nota enviada por André Matias de Almeida, advogado e porta-voz da Associação. Para a Antram, os sindicalistas estão a "fazer tudo" para que os serviços mínimos não sejam cumpridos.
O Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) e o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) decidiram no sábado manter a greve com início na segunda-feira, por tempo indeterminado, após a realização de um plenário conjunto.
"Seria muito mais eficiente às empresas proceder ao seu cumprimento se os sindicatos indicassem logo os trabalhadores que os iriam realizar, até porque dessa forma contribuiriam para uma tensão menor entre empregadores e trabalhadores na medida em que agora serão as empresas a indicar os trabalhadores", refere a nota da Antram.
Assim, as empresas transportadoras irão designar os trabalhadores para os serviços mínimos, esperando que "seja possível contactar os trabalhadores que ficarão adstritos aos serviços mínimos".
Sindicato responsabiliza empresas por falta de envio das escalas
O Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas conta outra versão da história justificando a falta da identificação dos trabalhadores para cumprir os serviços mínimos com o facto de a Antram estar a enviar as escalas de trabalho diretamente aos profissionais. Em declarações à agência Lusa, o advogado e porta-voz do Sindicato, Pardal Henriques, disse que a Associação de Transportadores de Mercadorias (Antram) devia ter enviado aos sindicatos antecipadamente a identificação dos serviços normais para que depois pudessem ser fornecidos os trabalhadores que devem cumprir os serviços mínimos decretados pelo Governo. Segundo Pardal Henriques, a Antram não o fez e optou por enviar as escalas normais de trabalho diretamente para os trabalhadores.
"Queremos cumprir os serviços mínimos determinados, que são afinal serviços máximos. Os trabalhadores vão fazer essas escalas", afirmou o porta-voz do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas. Contudo, Pardal Henriques avisa que as empresas estão a enviar aos trabalhadores escalas com 12 ou 14 horas de serviço e garantiu que os motoristas vão apenas cumprir as oito horas de trabalho.
O Governo decretou serviços mínimos entre 50% e 100%, racionou os abastecimentos de combustíveis e declarou crise energética até às 23:59 de 21 de agosto, o que implica "medidas excecionais" para minimizar os efeitos da paralisação e garantir o abastecimento de serviços essenciais como forças de segurança e emergência médica.
Portugal está até às 23:59 de 21 de agosto em situação de crise energética, decretada pelo Governo devido à greve de motoristas.
O Governo decretou serviços mínimos entre 50% e 100%, racionou os abastecimentos de combustíveis e declarou crise energética até às 23:59 de 21 de agosto, o que implica "medidas excecionais" para minimizar os efeitos da paralisação e garantir o abastecimento de serviços essenciais como forças de segurança e emergência médica.
O Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) e o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) decidiram no sábado manter a greve com início na segunda-feira, por tempo indeterminado, após a realização de um plenário conjunto. Os motoristas reivindicam que a associação patronal Antram cumpra o acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.