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Greve é para avançar

Os trabalhadores aprovaram a manutenção da greve.

João Miguel Rodrigues/Correio da Manhã
10 de Agosto de 2019 às 19:07
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O plenário acabou e os trabalhadores decidiram manter a greve. "A greve é mesmo para avançar" por tempo indeterminado, realçaram os presidentes dos dois sindicados à saída do plenário, em declarações transmitidas pelas televisões, garantindo que "os serviços mínimos vão ser cumpridos".

O Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) e o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) reuniram-se hoje em plenário conjunto em Aveiras de Cima. 

Em declarações à saída do plenário, Jorge Cordeiro, do SIMM, disse que a manutenção da greve foi aprovada por unanimidade.

"Enquanto não houver proposta definitiva pela ANTRAM e uma resposta ao apelo por parte das entidades patronais estaremos em greve a partir de segunda-feira",realçou Francisco São Bento, do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas, voltando a atacar o que diz ser o ataque à greve do Governo, voltando a reafirmar que são serviços máximos e que põem em risco, no seu entender, o direito à greve, até porque pode condenar a greve. Francisco São Bento garante que os serviços mínimos serão "cumpridos escrupulosamente". Os que manifestarem que não querem fazer greve - "duvido que haja trabalhadores nesses trâmites" - vão ser convidados a fazer os serviços mínimos. 

À ANTRAM deixou o recado: "Ou cumprem o que está em cima da mesa ou manteremos a greve". Francisco São Bento acredita que os portugueses percebem e estão do lado dos motoristas.

"Nenhum passo atrás", gritavam os trabalhadores à saída do plenário em Aveiras de Cima. 

A greve foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), a que se associou o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN).E inicia-se à meia noite de domingo. 

Já de manhã, em Leiria, no plenário do Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) a manutenção da greve tinha sido aprovada por unanimidade. 

O representante do SIMM afirmou ser possível uma desconvocação da paralisação caso haja "uma aproximação da ANTRAM" que garanta "a um profissional altamente qualificado, um salário indigno".

"A greve começa às zero horas de segunda-feira e ainda falta algum tempo. Ainda há margem para a evitarem, se assim desejarem. Até ao momento não chegou ao nosso conhecimento qualquer abertura por parte da Antram. As pessoas têm os nossos contactos, sabem da nossa abertura para resolver o problema. O que está em causa é tão-só uma relação laboral mais justa", afirmou o porta-voz do SIMM.

Em Leiria, Anacleto Rodrigues descreveu o sentimento dos motoristas como de "revolta", depois dos serviços mínimos pedidos pelo Governo e da declaração de estado de emergência energética.

Depois do plenário, e à saída de uma reunião com a Proteção Civil, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, salientou que "nós fazemos até ao limite o apelo à concertação, um apelo a que uma greve que tem consequências significativas que não se realizasse. Num contexto de confirmação da greve, o governo utilizará todos os mecanismos para salvaguardar a liberdade dos cidadãss no acesso a serviços essenciais".

Em Olhão confirma-se greve

Os representantes dos dois sindicatos que convocaram a greve dos motoristas confirmaram hoje que avançam com a greve a partir de segunda-feira, mas admitiram que, até ao início da greve, a situação ainda se pode alterar.

"Tudo o que foi decidido em Aveiras será cumprido aqui no Algarve", disse aos jornalistas Bento Lopes, que representa os motoristas de matérias perigosas na região, sublinhando, no entanto, que "até à hora [da greve] tudo se pode alterar".

Cerca de trinta motoristas do Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) e do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) estiveram reunidos esta tarde em plenário, durante cerca de duas horas, num restaurante em Olhão.

No final, dirigentes de ambos os sindicatos disseram aos jornalistas que preferiam "não ter chegado a esta situação", mas o facto de não serem aumentados há mais de vinte anos leva-os a manterem a greve.

"Não queríamos que isto acontecesse, não queríamos chegar a esta situação, mas há 22 anos que não temos aumentos e estamos a reivindicar por causa disso", declarou Luís Matos, do SIMM.

Segundo aquele dirigente sindical, o impacto da greve "pode ser muito grande no Algarve", numa altura em que há milhares de turistas de férias na região e "ninguém gosta que faltem coisas nas prateleiras [dos supermercados]".

Ao final da tarde, os dois sindicatos já tinham confirmado que iam avançar para a greve, a partir de segunda-feira e por tempo indeterminado.

Durante a reunião, os sindicatos definiram os piquetes de greve e acertaram alguns pormenores, mas ainda vão falar "uns com os outros" para decidir onde se vão encontrar, adiantou Bento Lopes.

Quanto à duração da greve, segundo Luís Matos, "depende só das outras partes".

 

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