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Três empresas já abordaram o Governo para ficar com a Groundforce
Face às dificuldades financeiras da empresa de “handling”, três operadores sinalizam junto do Executivo o interesse em comprar a participação da Pasogal de Alfredo Casimiro. Pedro Nuno Santos inicia conversações preliminares.
Embora a participação maioritária (50,1%) do empresário Alfredo Casimiro não esteja à venda, o estrangulamento financeiro que a Groundforce atravessa já levou, pelo menos, três empresas a manifestarem junto do Governo o interesse numa eventual aquisição.
Esses interessados na compra da empresa de "handling" atualmente detida pela Pasogal incluem grandes operadores internacionais da aviação e, segundo o Eco, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, já terá iniciado mesmo conversações preliminares com alguns deles.
Um dos cenários admitidos pelo Executivo para salvar a empresa passa por Casimiro e a TAP – detém 49,9% da SPDH (Serviços Portugueses de Handling), que atua com a Groundforce –, fazerem "de forma cordata" um termo de acordo para vender a empresa. O JE escreveu também outra hipótese é uma operação de "management buyout" da participação do acionista privado, com a participação do CEO, Paulo Leite Neto.
A sucessão de episódios que levou à rutura de tesouraria da empresa de assistência aeroportuária, levando em fevereiro a deixar de pagar os salários dos 2.400 trabalhadores, tem início em agosto de 2020, quando a TAP começou a pagar adiantamentos relativos a serviços já prestados (mas cujo pagamento, normalmente a 30 dias, ainda não teria de ser realizado). A partir de novembro, a TAP passou a pagar adiantamentos por serviços a serem prestados no futuro.
Em janeiro de 2021, a administração da TAP decidiu que só continuaria a pagar adiantamentos mediante a prestação de garantias. A companhia aérea pediu, então, que as ações de Alfredo Casimiro fossem dadas como garantia para os adiantamentos, mas elas já tinham sido alvo de um penhor. Algo que, garantiu Miguel Frasquilho, não era do conhecimento da TAP, que é responsável por 70% da operação da Groundforce.
Na semana passada, as duas empresas chegaram a um "entendimento provisório" para permitir pagar os salários e cumprir com as obrigações fiscais. Em causa está um acordo de "sale and leaseback", que prevê que a TAP compre equipamentos da Groundforce, para, de seguida, alugar os mesmos equipamentos à empresa de "handling".
Esta operação levará a uma entrada de 6,97 milhões de euros na Groundforce, mas é uma solução temporária que só resolve as necessidades de tesouraria, no máximo, por dois meses. É esse o tempo que as duas partes têm para chegar a acordo definitivo.