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Pedro Nuno Santos: “TAP tem mais 19% de pilotos e 28% de tripulantes por avião que concorrentes”
O ministro das Infraestruturas diz que a TAP vai perder 6,7 mil milhões de euros de receitas até 2025 e que é menos eficiente dos que os concorrentes.
O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, adiantou esta sexta-feira, na apresentação do plano de reestruturação da TAP, que a companhia aérea vai perder receitas de 6,7 mil milhões de euros até 2025, segundo as previsões portuguesas que, disse, são mais conservadoras que o cenário da IATA.
"Uma perda de receitas desta dimensão exige que a TAP faça um ajustamento da sua dimensão para que o peso do apoio público e dos portugueses seja menor, e para termos uma companhia mais bem preparada para beneficiar da recuperação económica", afirmou.
Pedro Nuno Santos frisou ainda que a TAP "tem um conjunto de características que a torna menos competitiva" do que as concorrentes europeias. "Tem mais 19% de pilotos por aeronave e tem mais 28% de tripulantes do que as concorrentes", apontou.
"Isso tem consequências no negócio na TAP", afirmou o ministro, frisando que a tendência de aumento dos pilotos "foi acentuada com a gestão privada" e "os nossos pilotos ganham mais do que alguns concorrentes como a Ibéria".
"A responsabilidade da situação da TAP não é dos seus trabalhadores, mas os custos laborais que a empresa enfrenta são um peso que tornam difícil a relação com companhias de bandeira na Europa", afirmou ainda, salientando que os custos por piloto subiram 37% entre 2017 e 2019.
Pedro Nuno Santos confirmou ainda que a frota da transportadora vai ser reduzida de 108 para 88 aviões, adiantando ainda que a empresa vai substituir aviões maiores por menores, trocando os A330 por A321 long range.
"Os A321 LR são mais eficientes do ponto de vista energético e mais pequenos que os A330, mais fáceis de encher", afirmou, considerando que esse avião e o hub em Lisboa dão à TAP "uma vantagem que mais nenhuma localização na Europa tem", que é fazer a ligação ao Brasil e EUA e partir de Lisboa, "o que não é possível fazer de Madrid".
Além da alteração na composição da frota da TAP, Pedro Nuno Santos adiantou ainda que haverá um reforço dos aviões da Portugália, cuja marca evoluirá para TAP Express, companhia que será "muito importante na estratégia futura do grupo".
Pedro Nuno Santos disse ainda que a partir de uma frota de 88 aviões, "foram identificados 2.000 trabalhadores que não são necessários em 2021 e 2022", salientando que com o corte salarial progressivo até 25% que será feito "permite poupar 600 a mil postos de trabalho".