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DE: Decisão da ANAC obriga a mudanças na venda da TAP
A decisão da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), que limitou a gestão da TAP até esclarecer dúvidas quanto ao controlo da empresa, pode conduzir a alterações ao memorando entre o consórcio Gateway e o Governo.
A decisão da ANAC (Autoridade Nacional da Aviação Civil), que levou à limitação de actos de gestão até serem esclarecidas dúvidas quanto ao controlo da TAP, pode acabar por ser aproveitada pelo Governo, para levar a cabo alterações ao memorando de entendimento que assinou com o consórcio Atlantic Gateway.
Segundo o DE desta quarta-feira, 2 de Março, a posição do regulador da aviação deu novos argumentos ao ministro do Planeamento e Infra-estruturas, Pedro Marques, para pressionar os privados a chegar a uma solução mais favorável para o Estado.
David Neeleman, empresário norte-americano que se aliou a Humberto Pedrosa para comprar a TAP, está em Lisboa por estes dias e o Governo deverá aproveitar para retomar as conversações.
A ANAC tem dúvidas sobre quem manda efectivamente na TAP, depois do actual Governo ter assinado um memorando de entendimento com o consórcio que atribui 50% do capital da TAP ao Estado. Em cima da mesa estão questões acerca dos direitos económicos e acordos financeiros, operacionais e comerciais estabelecidos por cada um dos accionistas.
Bruxelas também levantou dúvidas, nomeadamente em termos de sinergias com a frota da Azul e de uma parceria com a Jet Blue, ambas detidas por Neeleman.
Entretanto, o empréstimo obrigacionista de 120 milhões de euros para a TAP ainda não foi aprovado pela ANAC.
O consórcio venceu a privatização da TAP no final de 2015, ainda com o anterior Governo. Com as mudanças políticas, o grupo foi obrigado a regressar à mesa das negociações com o Estado português.