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ANA prevê negociação do aeroporto em 2023 e decisão final em 2024
“É melhor esta solução do que nenhuma”, disse José Luís Arnaut sobre o entendimento entre o Governo e o PSD. Já a CEO da TAP garante que será “parceira em qualquer solução” mas quer ter “voz” no processo.
O presidente da gestora dos aeroportos nacionais promete trabalhar com o Governo na solução para o aeroporto de Lisboa, que prevê começar a negociar no início do próximo ano. Na Cimeira do Turismo, José Luís Arnaut manifestou esperança de que, “por fim, haja uma solução para este problema”, que “é melhor que nenhuma”, e assegurou que a ANA “saúda vivamente a iniciativa do Governo e da oposição” em convergir na metodologia. “Vamos acreditar que vai funcionar”.
Arnaut alertou, no entanto, que o processo ainda vai demorar: “Há o compromisso de haver uma decisão daqui a um ano, mas depois haverá discussão pública”, o que significa que a decisão final não acontecerá antes de 2024.
O contrato de concessão assinado com o Estado prevê que, verificado um conjunto de parâmetros ligados ao número de voos, slots e passageiros na Portela, a ANA tem de apresentar ao Governo uma solução.
Com o aeroporto a trabalhar a 87% dos níveis de 2019, Arnaut prevê que esses pressupostos sejam atingidos no final do ano ou início de 2023.
TAP quer “ter voz”
Também a presidente executiva da TAP manifestou a importância de se avançar com uma nova infraestrutura. “Seria muito bom ter um aeroporto com mais capacidade”, afirmou Christine Ourmières-Widener no mesmo evento, no qual acrescentou que a transportadora aérea “será parceira em qualquer solução”.
A CEO manifestou ainda a esperança de que a TAP “tenha voz” no processo de decisão. Ourmières-Widener lembrou, no entanto, que além do futuro, há que acautelar o presente da infraestrutura, que neste verão esteve sobrecarregada: “Há que melhorar a situação, não estamos a falar só sobre crescimento, mas acerca da experiência dos passageiros.”
Pedro Nuno Santos “esbarrou” em Leão
O presidente do conselho de administração da ANA insistiu ainda nas críticas ao anterior ministro das Finanças: “O empenho do ministro Pedro Nuno Santos esbarrou no ministro Leão”, afirmou, lembrando que a ANA “só pode fazer investimentos com autorização das Finanças”, e que a empresa “enviou seis cartas a Leão, sem resposta”, para realizar “obras urgentíssimas”.
No arranque do evento na Fundação Champalimaud, em Lisboa, António Costa anunciou que o Conselho de Ministros marcado para a próxima quinta-feira vai decidir a metodologia da avaliação ambiental estratégica, assim como rever a capacidade de veto dos municípios, que será anulada no caso das infraestruturas de interesse nacional. Quanto a um entendimento final com o PSD para o aeroporto, prometeu que “se não houver acordo, é a vida. Quem tem maioria terá de a usar.”