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PT SGPS vai fazer “possíveis e impossíveis” para recuperar mais do que 15% da dívida da Rioforte
A PT SGPS quer recuperar mais do que 15% da dívida da Rioforte e admite avançar judicialmente contra as empresas do GES e alguns dos seus gestores. A criação de uma comissão de credores da Rioforte também faz parte dos planos.
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A PT SGPS vai "fazer os possíveis e impossíveis para recuperar a dívida da Rioforte", garantiu Rafael Mora, administrador da PT e da Oi. "Vamos actuar com toda a força para recuperar o possível deste montante [700 milhões de euros]", acrescentou.
Um dos primeiros passos para avançar com este plano já foi dado: a PT SGPS conseguiu que o Banco de Portugal disponibilizasse a informação pedida pela empresa sobre a comercialização de instrumentos de dívida do BES, incluindo a Rioforte.
A empresa liderada por João Mello Franco teve que recorrer aos tribunais para conseguir estes documentos, que segundo Rafael Mora, que têm informação "rica, detalhada e interessante".
Neste momento os advogados da PT SGPS já estão a analisar a informação enviada pelo banco de Portugal, faltando ainda a entidade enviar alguns documentos. Depois de analisarem toda a papelada "tomaremos medidas".
Recorrer a vias legais e processuais contra as entidades da esfera Espírito Santo e alguns dos seus gestores também está em equação, garantiu o gestor.
Os responsáveis da PT SGPS estão a tentar reconstruir todos os movimentos da história para depois avançarem com os processos.
"A pressa é sempre má conselheira. Antes de entrar com um processo em tribunal temos que estar seguros que temos toda a informação", comentou Rafael Mora.
Depois de analisados os documentos enviados pelo BdP e da lista de credores da Rioforte ser conhecida (será publicada no dia 1 de Junho), a PT SGPS vai impulsionar a criação de uma comissão de credores. "Não foi só a PT que perdeu dinheiro", relembra.
Outra das estratégias que a PT SGPS irá aplicar quando avançar para os tribunais do Luxemburgo será o pedido de anulação da operação de troca de posições entre sociedades do Grupo Espírito Santo que acabou por elevar a dívida da Rioforte de 500 milhões para 1.500 milhões.
A compra da Espírito Santo Irmãos por parte da Rioforte, que também lhe deu o controlo do Espírito Santo Financial Group (ESFG) e, consequentemente, de 35% do BES, ditou o colapso da Rioforte.
"É uma operação fraudulenta", sublinha Rafael Mora, acrescentando que é uma posição que "esperamos que o tribunal do Luxemburgo se manifeste".
Quanto à percentagem que esperam recuperar, do total de 900 milhões de euros aplicado em papel comercial da Rioforte que entrou em insolvência, o administrador refere que "15% é a posição conservadora que temos". "Mas vamos fazer o possível pra ser maior".
O processo de recuperação de parte da dívida da holding não financeira do GES deverá demorar "um par de anos. Menos do que dois anos não seguramente", concluiu.