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Meo e Media Capital vão ter o mesmo "chairman"

Paulo Neves é o nome escolhido para acumular a presidência não executiva da Meo e Media Capital, quando a compra ficar concluída. A Altice terá de escolher novo presidente executivo para a Meo.

Miguel Baltazar/Negócios
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Altice já começou a delinear a estratégia para assumir os comandos da Media Capital. E já pensou o que fazer a nível da gestão. A presidência executiva das duas empresas - PT Portugal/Meo e Media Capital - vai ter rostos distintos. Já o "chairman" será o mesmo.

A nomeação de Paulo Neves, actual "chairman" e presidente executivo da PT Portugal, para presidente dao conselho de administração da dona da TVI será um dos primeiros passos depois do negócio ser concretizado, sabe o Negócios.

O gestor, que assumiu a liderança da dona da Meo depois da Altice comprar a operadora, em Junho de 2015, vai assim acumular o cargo de "chairman" na PT e na Media Capital, função assumida neste momento por Miguel Pais do Amaral. A saída da Prisa trará, assim, novo "chairman" à Media Capital, que ficará assim com a relação com os accionistas e outros "stakeholders".

De acordo com as informações recolhidas pelo Negócios, com a futura nova função no grupo de media, Paulo Neves vai deixar de ocupar o cargo de presidente executivo da Meo, não estando ainda escolhido o nome do seu substituto. O processo de escolha de novo gestor executivo está a decorrer, mas pode chegar de fora do universo da Meo.

Com estas alterações, as empresas vão ter executivos diferentes, uma estratégia que o grupo fundado por Patrick Drahi tem adoptado em outros mercados, como por exemplo França e Israel, onde detém activos de telecomunicações e de media. Aliás, essa é uma forma de piscar o olho aos reguladores, garantindo a separação da gestão.

Se a PT Portugal vai ter novo presidente, ao que tudo indica Rosa Cullell deverá permanecer como CEO da dona da TVI. Pelo menos, a intenção foi manifestada pela gestora e também pela Altice durante a conferência de imprensa realizada ba semana passada para apresentar o acordo com a Prisa.  "A minha intenção é ficar em Portugal e em Lisboa. E na Media Capital com a minha equipa", declarou Rosa Cullell quando foi questinada se ficaria na empresa, depois da Altice concretizar a compra.

Uma vontade também manifestada por Michel Combes, CEO do grupo Altice: "Sim, esperamos que a Rosa Cullell fique", sublinhou o responsável do grupo francês durante o mesmo encontro.

Contactada pelo Negócios, a Altice não comentou as informações, que, no entanto, foram transmitidas já a alguns quadros superiores.  

Os restantes detalhes da estratégia da Altice para a Media Capital deverão ser conhecidos só nos próximos meses.

O negócio, no valor de 440 milhões de euros, ainda precisa do aval da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e da Autoridade da Concorrência, tendo em conta que a Altice vai apresentar a notificação da concentração em Portugal.A ERC terá de se pronunciar em dois momentos: ao abrigo da Lei da Televisão e no decurso da análise concorrencial, onde tem parecer vinculativo. Um processo que ainda poderá demorar alguns meses.

(Notícia actualizada às 20:53 com mais informação)
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