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Moody’s: Compra da Media Capital com impacto mínimo na dívida da Altice
A Moody’s estima que a compra da Media Capital leve a uma subida ligeira do rácio de endividamento da Altice. Parte da aquisição deverá ser financiada através de uma linha de crédito ‘revolving’.
Os analistas da Moody’s estimam que a compra da Media Capital por 440 milhões de euros tenha um impacto "moderado" nos rácios de endividamento da Altice. E esperam que o impacto "marginal" no rácio de alavancagem seja compensado "pela melhoria do perfil do negócio".
"Esperamos que a aquisição seja financiada pela combinação de capitais próprios e de recurso a uma facilidade de crédito ‘revolving’ da Altice Internacional", refere Colin Vittery, analista da Moody’s que acompanha a Altice, numa nota divulgada esta segunda-feira, 17 de Julho. A perspectiva é que 200 milhões dos fundos para a compra sejam obtidas através da linha de financiamento ‘revolving’ e 240 milhões através de capitais próprios, "levando a uma subida moderada" da alavancagem da empresa.
Em termos ajustados, a Moody’s estima que após a operação o rácio de alavancagem suba de 4,5 para 4,6 vezes, algo que considera "marginal" e que será "compensado pela melhoria do perfil de negócio".
Aquisição em linha com estratégia. Mas há riscos de execução
A Moody’s realça que a compra da Media Capital "está em linha com a sua estratégia de desenvolver uma oferta convergente de media e telecomunicações nos seus mercados principais, como Portugal". A agência espera que o negócio de capital seja integrado na Portugal Telecom. Mas realça que "a extensão desta integração não é ainda clara e há riscos de integração associados a esta operação".
Apesar desses riscos, a agência nota que este passo da Altice representa "uma abordagem consistente" ao negócio em Portugal já que servirá para "fornecer conteúdos adicionais para apoiar a marca Meo" e soma-se à compra de uma plataforma de publicidade on-line anunciada em Março de 2017.
Preço em linha com operações comparáveis
Em relação aos múltiplos de avaliação implícitos no preço pago pela Altice, a Moody’s defende que "estão em linha com transacções comparáveis". Sublinha que a transacção foi feita a 10,6 vezes o EBITDA de 2016. A agência notou que a Altice não antecipa constrangimentos na compra das posições minoritárias de 5,3% dispersas em bolsa e tem como cenário base que a transacção fique concluída no quarto trimestre deste ano.
A Moody’s tem um "rating" de B1, quarto nível de "lixo" para a Altice International com perspectiva estável. A agência antecipa que a compra seja feita através desta entidade do grupo Altice NV.